Transexualidade é tema de série do Radiojornalismo da EBC

Publicado em 08/02/2017 - 16:16 e atualizado em 08/02/2017 - 16:24

Por Gecom

Reportagens revelam dilemas, dificuldades e preconceitos vividos pelos trans

“Se descobrir em um corpo que não é seu.... São muitos os dilemas enfrentados pelos transexuais”. Assim começa uma das cinco matérias especiais produzidas pelas repórteres do Radiojornalismo da EBC, Ana Lúcia Caldas, Daniela Soares e Heloísa Fernandes sobre a realidade das pessoas transexuais.

A série especial, veiculada pelas Rádios EBC entre os dias 25 e 31 de janeiro, por ocasião do Dia da Visibilidade Trans, celebrado em 29 de janeiro, aborda a temática a partir de aspectos relacionados à identidade, à violência e à participação dessa população no mercado de trabalho. Todo conteúdo está disponível no site da Radioagência Nacional

Clique nos links a seguir para ouvir as reportagens :

Transexuais buscam dignidade no direito de usar nome social
Transexuais vivem dilema de assumir identidade de gênero
População transgênero avança em direitos, mas ainda é vítima da violência
Mercado de trabalho ainda discrimina pessoas trans
Pessoas trans têm uma mensagem pro mundo: "Nós existimos e queremos ser reconhecidos
  
Na série, pessoas trans relatam experiências de vida e o preconceito enfrentado dentro e fora de casa; narram casos de aceitação e violência. Especialistas revelam porque quando se trata de trabalho e emprego o mercado do sexo ainda é alternativa para 90% dessa população.
 
Identidade
 
Uma das entrevistadas é a psicanalista trans Letícia Lanz. Ela fala que a descoberta acerca da transexualidade é natural, mas que existe uma luta entre o psíquico e o material.
 
Desde 2008, o processo transexualizador realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) garante o atendimento integral de saúde a pessoas trans, desde o uso do nome social, tratamento com hormônios, até a cirurgia de readequação de sexo.
 
Os ouvintes são informados que um decreto de 2016 permite usar, nos órgãos do serviço público federal, o chamado “nome social”, aquele que travestis e pessoas trans escolhem para serem chamados. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) também permite o uso do nome social, assim como algumas instituições de ensino superior.
 
Atualmente, tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei João Nery, que determina que o reconhecimento da identidade de gênero seja um direito. O projeto recebeu o nome do primeiro trans-homem operado no Brasil.
 
Violência
 
Nos últimos anos, a população transgênero comemorou avanços e reconhecimento de direitos, mas ainda sofre com a violência. De acordo com dados da Rede Nacional de Pessoas Trans, no ano passado, ocorreram 144 assassinatos no país. E, mal 2017 começou, já foram registradas seis mortes. É o caso de Lady Dayana, que foi morta a facadas em Parintins, no Amazonas, e de Mirela, que foi espancada até a morte em Bauru, em São Paulo.
 
Mercado de Trabalho
 
Segundo levantamento de 2015 da companhia Elancers, que atua na área de sistemas de recrutamento e seleção, 38% das empresas brasileiras não contratariam pessoas LGBT para cargos de chefia e 7% não contratariam em hipótese alguma.
 
Outro estudo da mesma época, o "Demitindo Preconceitos. Por que as empresas precisam sair do armário", da Consultoria de engajamento Santa Caos, ouviu 230 pessoas. Quarenta por cento relatam preconceito no emprego devido à orientação sexual. Um em cada quatro entrevistados considera que a escolha da carreira é influenciada pela orientação.
 
Segundo a Antra, Associação Nacional de Travestis e Transexuais, 90% da população de trans está na prostituição. E onde estão os outros 10%? Ouça o especial e descubra.
 
Marina Reidel, coordenadora de Promoção dos Direitos LGBT da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, considera que um dos motivos  que leva à prostituição é a evasão escolar. 
 
A advogada é uma das criadoras do site transempregos.com.br, pela qual empresas podem anunciar vagas que gostariam que fossem preenchidas por profissionais transexuais.

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