Paixão e fúria das torcidas organizadas em debate no Caminhos da Reportagem

Publicado em 06/04/2017 - 08:50 e atualizado em 06/04/2017 - 09:00

Programa entrevista especialistas e torcedores para entender situação

O Caminhos da Reportagem desta quinta (6), às 22h, na TV Brasil, discute a violência da torcidas organizadas do futebol brasileiro. O programa apresenta um painel sobre o tema ao entrevistar estudiosos e torcedores que comentam as causas do problema e formas de lidar com a situação.

Participam da matéria especial os jornalistas esportivos Tim Vickery e Marcio Guedes, os promotores Rodrigo Terra e Paulo Castilho, o sociólogo Mauricio Murad e a deputada Martha Rocha, primeira mulher na história a chefiar a Polícia Civil do Rio de Janeiro. O Caminhos da Reportagem também conversa com torcedores que buscam estimular a paz nos estádios.

Os crimes cada vez mais bárbaros, como o do torcedor botafoguense assassinado com um espeto de churrasco, em frente ao estádio Nilton Santos, o Engenhão, no Rio de Janeiro, mostram que não é mais possível que o poder público não atue de forma severa em busca de soluções.

A operação Jogo Limpo deteve oito pessoas e recolheu armas, dinheiro e acessórios de uma torcida organizada. Os integrantes são acusados de assassinar o torcedor Diego Silva dos Santos. A camisa da vítima foi encontrada na casa de um dos presos.

De acordo com as estatísticas, nos últimos vinte anos foram quase duzentas mortes relacionadas a confrontos entre torcedores rivais. A infiltração de facções criminosas e da milícia nesses grupos também é alarmante.

Segundo autoridades, o modelo de torcida organizada já sucumbiu. "Exauriu sua possibilidade de existência", define o promotor público Paulo Castilho, do Juizado Especial Criminal, que já pediu a extinção judicial da Gaviões da Fiel e da Mancha Alviverde.

Para o escritor e pesquisador Mauricio Murad, muitos criminosos entram nessas associações para cometer crimes. "Nenhuma grande torcida está livre de invasão e entrada de gangues ligadas ao crime organizado", avalia o sociólogo.

O jornalista esportivo Márcio Guedes é enfático ao defender que se cumpra a legislação em vigor no país. "As pessoas que isso tem que ser punidas. É simples", afirma o profissinal de imprensa.

O programa mostra que este não é um problema apenas de Brasil. Na vizinha Argentina, os Barras Bravas criaram um tipo de poder paralelo. São acusados, além das agressões, de tráfico de drogas e até de envolvimento com operações ilegais de câmbio.

A equipe de reportagem destaca iniciativas de combate a esses grupos e analisa de que forma o problema vem sendo combatido na Europa, principalmente nas ligas inglesa e alemã, as que mais cresceram nos últimos anos.

Aqui no Brasil, a ideia de implantação de uma torcida única nos clássicos vai ganhando cada vez mais força. Há quem defenda que a beleza de uma partida com duas grandes torcidas não justifica mais o risco de enfrentamentos.

Existe, porém, um movimento de resistência à violência nos estádios que conquista espaço. Torcidas formadas, em sua maioria, por jovens que têm como filosofia cantar e apoiar a equipe durante os 90 minutos. Utopia ou solução?

Serviço:
Caminhos da Reportagem – quinta-feira (6), às 22h00, na TV Brasil.

Compartilhar: