Rádio Nacional resgata acervo de programa sobre cinema produzido nos anos 1950

Publicado em 17/04/2017 - 16:30 e atualizado em 17/04/2017 - 17:32

Esta semana a Rádio Nacional do Rio de Janeiro (1.130 kHz) faz uma homenagem ao jornalista e crítico de cinema Adolpho Cruz que, nos anos 1950, apresentava o programa Cinelândia Matinal, uma das primeiras atrações a abordar a sétima arte no rádio brasileiro.

A partir de quarta-feira, dia 19, a emissora leva ao ar às 7h30 o primeiro dos três especiais diários com gravações do radialista. Os áudios também serão reapresentados durante a programação. A iniciativa é fruto da parceria da Gerência Executiva de Acervo de TV e Rádio com a Gerência Executiva de Rádios da Empresa Brasil de Comunicação.

Adolpho Cruz ganhou fama nacional depois de entrevistar a Pequena Notável Carmen Miranda, em Hollywood, na fase em que a artista estava radicada nos Estados Unidos e preparava sua volta ao Brasil. Na ocasião, ela não falava à imprensa brasileira há treze anos.

Além de um trecho da entrevista, o público poderá ouvir pérolas ditas à época como o cronista chamando Katharine Hepburn e Bette Davis de “feinhas” e anunciando a produção em Hollywood de uma máscara invisível que seria usada pelos atores de cinema em cenas de beijo. 

Pelas ondas do rádio, o Cinelândia Matinal trazia as novidades da telona pelo mundo e, em especial, sobre a produção audiovisual no país. O programa ficou no ar por duas décadas.

Com cerca de dez minutos, o especial traz ainda depoimentos de professores e historiadores sobre a importância da Rádio Nacional para o cinema brasileiro. 

Os convidados comentam a participação de ícones da Era de Ouro do Rádio, que permeavam o imaginário popular como atrizes, cantores e roteiristas, em produções da sétima arte. Os especialistas explicam como o cinema absorveu modelos e paradigmas do rádio, como aqueles da comédia musical. 

A primeira trilha sonora do cinema brasileiro, por exemplo, foi criada pelo maestro Radamés Gnatalli, da Rádio Nacional, para o filme "Ganga Bruta", clássico de Humberto Mauro.

Adolpho Cruz morreu em agosto 2010 aos 87 anos. Durante a carreira, o profissional passou por diversos veículos de comunicação além da Rádio Nacional como a Rádio Tupi e a Guanabara.

Serviço:
Rádio Nacional do Rio de Janeiro (1.130 kHz)
Especial sobre Adolpho Cruz e o programa Cinelândia Matinal
Quarta (19) a sexta-feira (21), às 7h30 e durante a programação

Ficha Técnica
Gerência de Acervo: Maria Carnevale
Pesquisa: Alberto Luiz, Fábio Araújo Jorge, Pedro Modesto e Thiago Guimarães
Sonoplastia: Silas Mendes
Coordenação e edição: Neise Marçal

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