No Trilha de Letras desta semana, a psicóloga e escritora Viviane Mosé analisa a razão e o modo como acontecem as manifestações coletivas que expressam agressividade e preconceito na grande rede.
Na Internet, todos são juízes, todos querem fazer justiça com as próprias mãos. Há racistas, homofóbicos, e machistas na rede. Mas, confrontá-los de igual forma não torna as pessoas tão agressivas quanto os agressores?
De acordo com a psicóloga, a educação é um processo de “castração”, que delimita as fronteiras entre nossos direitos e os do próximo. E a vergonha é uma das ferramentas nesse processo. Mas no caso dos linchamentos virtuais, a vergonha convida o público a participar da punição. E o público, muitas vezes, ganha em troca um certo sentimento de justiça, de estar fazendo a coisa certa. Porém, há um distanciamento, uma desumanização do outro.
Especialista em elaboração e implementação de políticas públicas pela Universidade Federal do Espírito Santo, Viviane Mosé é doutora em filosofia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É autora do livro “Stela do Patrocínio – Reino dos bichos e dos animais é o meu nome”, indicado ao prêmio Jabuti de 2002, na categoria psicologia e educação. Organizou, junto com Chaim Katz e Daniel Kupermam, o livro “Beleza, feiura e psicanálise”. Participou da coletânea de artigos filosóficos “Assim Falou Nietzsche”. Em 2005, publicou sua tese de doutorado: “Nietzsche e a grande política da linguagem”.
Serviço:
Trilha de Letras com Viviane Mosé.
Quinta-feira, dia 11 de maio, às 21h30, na TV Brasil.