“Caminhos da Reportagem” mostra por que Brasília está tão acima da média na prática de exercícios

Publicado em 23/08/2017 - 08:27 e atualizado em 23/08/2017 - 08:33

Seja nos parques, nas academias, no Lago Paranoá, nos espaços públicos, o que todos os atletas amadores têm em comum é a certeza de que se movimentar é bom: “melhorou meu colesterol, eu só andava cansada, só andava ofegante. Agora estou 'tranquilésima'. Durmo melhor, faço amor melhor, tudo mais gostoso”, diverte-se a aposentada Vera Lúcia Amorim, uma das frequentadoras de um Centro Olímpico na Ceilândia, em Brasília.

De acordo com pesquisa realizada pelo IBGE, apenas 38% da população do país se exercita regularmente, ou seja, cerca de 100 milhões de brasileiros estão parados. E de todos os estados, o Distrito Federal é o que tem o maior percentual de habitantes se exercitando: 50,4% da população que vive na capital do Brasil está em movimento.

A geografia plana da cidade e a abundância de parques, aliados ao alto poder aquisitivo dos moradores são algumas características que podem ajudar a explicar a liderança do DF. A capital conta com 72 parques, 33 abertos ao público. “O Parque da Cidade, centro de Brasília, é a praia de todo brasiliense”, afirma Léo Santos, fundador do Nosso Centro de Treinamento, onde se treina vôlei de praia. O Parque da Cidade tem 420 hectares de área verde, no centro da capital.

O professor Victor Andrade de Melo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, explica que o Distrito Federal “tem muita gente de classe média-alta, que registra a atividade física como uma atividade cotidiana”. Ele ainda compara: “nos lugares onde moram as camadas populares, há menos instalações esportivas disponíveis. As camadas populares trabalham muito e perdem muito tempo de vida em transporte."

Independente da renda, o acesso aos parques e espaços gratuitos incentivam o brasiliense a se mexer. Nos centros olímpicos são oferecidas 20 modalidades para cerca de 30 mil pessoas, entre jovens, adultos e idosos, de forma gratuita. Já o Centro de Treinamento de Educação Física Especial acolhe pessoas com deficiência.

Anderson Jardim ficou paraplégico depois de um acidente de paraquedas e descobriu que a cadeira de rodas não impediria seu ímpeto esportivo. “Depois do acidente, percebi que a vida continua e praticamente na mesma forma. Esse carrinho não traz nenhum tipo de limitação”, conta o servidor público e atleta de tênis em cadeira de rodas.

Serviço:
Caminhos da Reportagem
Quinta-feira, 24 de agosto, às 22h, na TV Brasil.

Compartilhar: