Voo JJ3054, uma tragédia no coração de São Paulo

Publicado em 02/08/2017 - 13:54 e atualizado em 02/08/2017 - 14:01

Dez anos depois do acidente do Voo JJ 3054 da TAM, em São Paulo, o programa Caminhos da Reportagem entrevista parentes de mortos da tragédia que vitimou 199 pessoas. O programa, que vai ao ar nesta quinta-feira (dia 3), às 22h, na TV Brasil, falou com parentes de cinco vítimas: os pais da universitária Paulinha, que estava com o namorado em viagem de férias; os pais da comissária Madalena Silva; a mãe e o irmão do bancário Rogério Sato; o pai da estudante Thaís Scott; e a irmã do piloto Kleyber Lima.

Passados dez anos, ninguém foi responsabilizado até hoje pelo acidente com o voo que saiu de Porto Alegre para São Paulo, no dia 17 de julho de 2007. O airbus não conseguiu frear ao aterrissar no aeroporto de Congonhas (SP), ultrapassou os limites da pista, atravessou uma avenida, colidiu com o prédio da TAM Express e com um posto de gasolina. É o acidente com mais mortes na história da aviação brasileira: 187 passageiros e 12 tripulantes.  

Especialistas apontam várias causas para a tragédia: uma pista sem ranhuras e, por isso mesmo, escorregadia pelas intensas chuvas; falta de um computador a bordo para indicar a posição dos manetes; um reversor do motor direito quebrado; além da pressão do “Apagão Aéreo” e da quantidade de pilotos desempregados numa época de companhias falidas.

Cada uma das famílias vítima da tragédia tenta superar a perda a sua maneira. Silvia Arruda Xavier, 62 anos, tem um jeito particular de matar a saudade de Paulinha, 23 anos à época do acidente. Além das fotos e vídeos com a voz da filha e do namorado Lucas Matedi, Silvia observa mães e filhas passeando no shopping. “É muita vontade de estar com a filha, eu me pego imaginando o que essa mãe tá sentindo junto com a filha, que é o que eu mais queria”, diz Silvia.

O empresário Roberto Silva, pai da comissária Madalena Silva, costuma ir às terças-feiras ao aeroporto de Congonhas, para tentar ver no gesto ou rosto de uma comissária, a filha de 20 anos. Roberto e a mulher hoje se queixam do descaso em que se encontra o Memorial 17 de julho, que ele e as famílias das vítimas ajudaram a construir. 


Serviço:
Caminhos da Reportagem - quinta (dia 3), às 22h, na TV Brasil 

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