Em entrevista ao jornalista Adalberto Piotto, o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, propôs a extensão da classificação indicativa para exposições artísticas como uma possível solução conciliatória para a polêmica sobre a presença de temas relacionados à sexualidade em mostras artísticas. "Temos que buscar, neste momento de muita controvérsia, o denominador comum de nossa sociedade, que é justamente o Estado de Direito - nossa Constituição, nossas leis", disse Sá Leitão.
O ministro concedeu entrevista ao jornalista Adalberto Piotto, na edição desta quinta-feira (26), do programa Cenário Econômico. Questionado sobre como o Estado deve se posicionar quando uma obra de arte financiada com dinheiro público é contestada por parte da sociedade, o ministro argumentou ser necessário adotar uma perspectiva mais plural e tolerante. "Se há algo que me interessa e sou um cidadão - pago meus impostos, tenho os meu direitos - por que o Estado não investiria nisso? O Estado tem que dar conta de toda a diversidade que caracteriza a sociedade", disse. Ainda sobre a questão do financiamento púbico, Sá Leitão esclareceu alguns pontos sobre a Lei Rouanet, salientando, por exemplo, que a lei utiliza critérios técnicos e não subjetivos para selecionar projetos.
Por fim, o ministro defendeu a importância do apoio econômico do Estado à indústria cultural, mesmo em períodos de crise. "O incentivo fiscal para a cultura no Brasil responde por 0,64% do total da renúncia fiscal do Estado brasileiro. Só o setor de audiovisual recolhe cerca de R$ 2 bilhões em impostos diretos e recebe muito menos na forma de incentivos. A cultura, em termos econômicos, é um setor mais expressivo que a indústria farmacêutica, do que a indústria de eletroeletrônicos, do que a indústria têxtil, que são setores mais tradicionais e que recebem mais recursos do governo federal", argumentou.
O Cenário Econômico é uma produção da TV Brasil de São Paulo em parceria com a B3 e é transmitido de segunda à sexta às 18h diretamente da bolsa.