Animais de estimação no Brasil e a indústria dos pets são tema do "Caminhos da Reportagem"

Publicado em 29/11/2017 - 17:40

Considerados membros da família, os cães crescem em número no Brasil, assim como os tutores, como são chamados os donos de bicho de estimação. Barbara convenceu o marido a não ter mais filhos e adotar um cachorro. Hoje, ela tem um filhote da raça Staffordshire Bull Terrier: “O Kobe só não mamou no peito porque não é humano e eu não tinha como fazer isso. Mas eu faço tudo por ele mesmo. É impressionante.”

Já são mais de 52 milhões de cães nos lares brasileiros, segundo dados do IBGE. Os números ultrapassam as 44 milhões de crianças de 0 a 14 anos no país. Não por acaso, o Brasil é o terceiro maior mercado pet no mundo, atrás somente do Reino Unido e dos EUA.

Em 2016, o faturamento do setor chegou a mais de 18 bilhões de reais, com previsão para crescimento este ano. São muitos os serviços e produtos que mais parecem ter como público-alvo homens e mulheres e não cães: terapias alternativas, hidromassagens e atividades para socialização. Estariam os bichos sendo humanizados? Para o Dr. Josélio Moura, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, o cão ”veio ocupar um lugar porque o homem que antes chamava homo sapiens hoje é 'homo afetivos', quer dizer, ele é carente de afeto. E por isso ele tenta suprir essa carência cuidando dos animais.”

Eduardo Baer, fundador da Dog Hero, uma plataforma de hospedagem para cães, acredita que a humanização é um caminho natural. “Quando você trata seu cachorro como um membro da família, e acho que é supernatural e eu também faço isso, você tem uma expectativa de qualidade de serviço diferenciado. Você quer que seu cachorro seja bem cuidado, ele não é aquele cachorro que fica no quintal e dão comida pra ele e praticamente nem se vê esse cachorro”, analisa Baer.

A veterinária Roberta Sireno aponta que a relação entre seres humanos e animais é benéfica para ambos, mas é preciso reconhecer que bichos precisam ser tratados como bichos. No programa, Sireno ainda destaca o fortalecimento do sistema imunológico do bebê que convive com um animal de estimação em casa: “A criança que tem contato com animal desde pequeno evita problemas de alergia, rinite, alergia respiratória, porque você acaba desenvolvendo anticorpos no seu organismo desde cedo.”


Serviço:
Caminhos da Reportagem: Filho de Quatro Patas.
Quinta-feira, 30 de novembro, às 22h, na TV Brasil.

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