José Miguel Wisnik analisa o protagonista da obra “Macunaíma” no Café Filosófico

Publicado em 01/12/2017 - 17:19 e atualizado em 01/12/2017 - 17:25

No Café Filosófico que vai ao ar pela TV Brasil às 23h de domingo (3), o ensaísta, compositor e professor de Teoria Literária da USP José Miguel Wisnik discorre sobre “Macunaíma de Mário de Andrade e o enigma do herói às avessas”. Escrita em 1928, a obra modernista descreve a saga de um (anti)herói brasileiro.

Resultado de intensas pesquisas de Mário de Andrade sobre a cultura popular, “Macunaíma é uma obra apaixonada pelo Brasil. Embora apresente as deficiências e inconsequências do País”, explicou Wisnik. Ele lembrou que, antes da publicação do livro, as obras do modernismo tentavam romper a distância entre a cultura erudita e a popular.

O palestrante citou uma expressão de Fernando Novaes segundo quem “se o Brasil se moderniza, deixa de ser Brasil; se continua a ser Brasil, não se moderniza”. Este conflito está presente em Macunaíma, personagem que protela seu próprio amadurecimento.

Segundo Wisnik, a cultura popular urbana acabaria realizando o que Mário de Andrade idealizou: uma incrível poesia cantada. Nesse sentido, lembrou o ensaísta, Mário e Oswald de Andrade eram “opostos e complementares”. “Oswald apostou que a tecnologia estaria cada vez mais presente. E precisava ser incorporada. Mário tem uma face melancólica de quem vê o mal-estar na civilização.”

Serviço:
Café Filosófico com José Miguel Wisnik: “Macunaíma de Mário de Andrade e o enigma do herói às avessas.”
Domingo, 3 de dezembro, às 23h, na TV Brasil.

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