Mulheres dão o tom no último Sem Censura de março

Publicado em 28/03/2018 - 15:41 e atualizado em 28/03/2018 - 15:53

Vera Barroso recebe convidadas na última edição do bate-papo no mês da mulher

Vera Barroso, o produtor web Bruno Barros e convidadas 

Para celebrar a última edição do Sem Censura no mês da mulher, a apresentadora Vera Barroso entrevista convidadas que têm histórias inspiradoras no programa desta sexta (30), às 17h30, na TV Brasil.

A atração recebe a empreendedora social, Dirce da Gloria; a árbitra de futebol, Andrea Izaura; a apresentadora e ativista dos direitos e defesa dos animais, Luisa Mell; e a sambista Silvia Duffrayer, integrantes do projeto "Samba Que Elas Querem".

A empreendedora social Dirce da Gloria trabalha e capacita mulheres para atuarem em um setor majoritariamente masculino: a construção civil. Durante a conversa, Dirce enumera as vantagens que a sensibilidade feminina podem agregar no setor. "A mulher é detalhista por essência, gosta de começar uma tarefa e terminar", pontua.

A empreendedora social afirma que o inicio não foi fácil e que demorou para se adaptar ao ambiente tradicionalmente masculino. "Foi batismo de fogo entrar num canteiro de obras com mais de mil trabalhadores e um universo estritamente masculino. Eu senti que eles ficaram curiosos, mas foram muito solícitos".

Para Dirce, a mulher que trabalha na construção civil não pode perder a vaidade ou tentar se 'masculinizar'. "A mulher não precisa cortar o cabelo e deixar de usar o batom. A mulher está na construção civil porque conquistou esse espaço e tem que estar lá feminina", diz.

No sofá do vespertino também estava a árbitra assistente de futebol Andrea Izaura, que surpreendeu a todos ao afirmar que são as mulheres que mais criticam o seu trabalho durante as partidas. "O maior preconceito que eu já sofri em estadio veio de mulher. Já ouvi de mulheres que eu devia lavar uma louça ao invés de estar arbitrando", lamenta.

A apresentadora de TV Luisa Mell se tornou uma das maiores vozes na defesa dos animais no Brasil e lançou o livro "Como os animais salvaram a minha vida". Adepta do veganismo, a ativista fala sobre os diversos problemas atribuídos ao consumo de carne animal. "O veganismo vem para defender todas as formas de vida com respeito. O homem não é o centro do mundo", argumenta.

Luisa comenta os ataques de haters que recebe em suas redes sociais. "Não vão conseguir calar a minha voz. Enquanto estiver viva eu vou tentar conscientizar as pessoas", declara. A apresentadora, que enfrentou forte depressão depois que foi afastada da televisão, excplica que seus animais de estimação foram essenciais na superação da doença.

A música do dia fica por conta do grupo "Samba Que Elas Querem", uma roda de samba de mulheres musicistas. O grupo abre o programa com uma paródia feminista e atual da música "Mulheres", imortalizada na voz de Martinho da Vila.

A letra diz assim: "Nós somos mulheres de todas as cores / De várias idades de muitos amores / Lembro de Dandara mulher foda que eu sei / De Elza Soares mulher fora da lei / Lembro Marielle, valente, guerreira / De Chica da Silva, toda mulher brasileira / Crescendo oprimida pelo patriarcado / Meu corpo, minhas regras, agora mudou o quadro".

Silvia Duffrayer, porta voz da trupe, ainda se surpreende com o sucesso que o grupo está fazendo no Rio de Janeiro. "Na primeira roda o público ficou animado e na segunda já tinha mil pessoas. Na terceira a rua ficou lotada e ninguém conseguia passar", conta.

Para Silvia o feminismo está conseguindo cada vez mais adeptas e aos poucos obtendo grandes conquistas. "A gente está num processo de transformação. Não toleramos mais coisas como o que ouvíamos antigamente. Vivemos num mundo machista, mas que está em transformação", destaca.

O programa Sem Censura conta com a participação do mediador de web Bruno Barros que traz as perguntas e comentários dos telespectadores da atração.


Serviço:
Sem Censura – sexta-feira (30), às 17h30, na TV Brasil

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