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Nem toda criação tem que ser útil, defende hacker
Criado em 19/02/14 18h48
e atualizado em 19/02/14 19h42
Por Portal EBC
Fonte:Leyberson Pedrosa
Convidado do Laboratório Hacker. inagurado oficialmente nesta quarta-feira (19) na Câmara dos Deputados, o ativista Ramiro Polla é contrário à ideia de que uma criação tecnológica precisa ter uma funcionalidade. Segundo o integrante do coletivo Tarrafa, de Santa Catarina, um hacker costuma criar por diversão, curiosidade, por ter uma dúvida ou, simplesmente, por tédio. "A pessoa pode começar um projeto sem ter uma ideia", aponta.
No LabHacker, Ramiro Polla apresentou um "gadget" que comprova a premissa de que nem toda criação deve ser útil. Uma caixa ligada ao usb de um computador é acionada pela mão do usuário. Ao contrário de gerar uma ação funcional, o o aparelho busca se auto-desligar.
Veja como o objeto "não-funciona" na animação abaixo:
Na visão de Polla, "a utilidade pode acabar com o processo criativo". Na defesa do ativista, a "inutilidade" de uma criação pode gerar resultados positivos, como confirmar conhecimento adquirido em uma experiência ou colocar em prova um conceito aprendido na faculdade ou fora dela.
Mesmo assim, o hacker explica que, normalmente, mais de 90% do trabalho em um hacker space (local onde vários se reúnem para desenvolver ideias a exemplo do Laboratório Hacker) pode ser considerada como útil. É o que concorda o coordenador do Laboratório Hacker, Cristiano Ferri. "Essa liberdade de experimentação é capaz de gerar conhecimentos úteis para a sociedade", analisa Ferri.
"Lero-lero parlamentar"
Para a maratona hacker (Hackathon) promovida pela Câmara dos Deputados em 2013, Ramiro tentou inscrever um projeto chamado Gerador de Lero-Lero, Parlamentar. O projeto inusitado pretendia usar como banco de dados discursos anteriores dos deputados para gerar textos aleatórios. Como o próprio jovem defende, projeto não tinha utilidade alguma e por isso não foi aprovado para o hackathon. "Assim como há a arte pela arte, acho importante que tenha a Tecnologia pela Tecnologia", reforça.
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