O que estão falando na RIO+20
Tema:
Mercantilização da vida e desigualdade
A Marcha Mundial das Mulheres (MMM), que participará da Cúpula dos Povos na Rio+20, luta pelo fim da divisão sexual do trabalho e pelo reconhecimento de que o trabalho reprodutivo está na base da sustentabilidade da vida humana e das relações entre as pessoas na família e na sociedade. “Acreditamos que é possível estabelecer – e em alguns casos reestabelecer – uma relação dinâmica e harmoniosa entre as pessoas e a natureza, e que as mulheres, com sua experiência histórica, têm muito para dizer sobre esse tema”, diz o movimento.
A subsecretária de Planejamento e Gestão Interna da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Tatau Godinho, participou, na semana passada, da 45ª Sessão da Comissão de População e Desenvolvimento do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas. Segundo Tatau, o encontro foi marcado por discussões acerca das relações de gênero. “Na apresentação dos países fica evidente a necessidade de ampliação dos direitos da juventude nos distintos países e, ao mesmo tempo, o quanto a desigualdade entre mulheres e homens faz com que meninas e mulheres jovens encontrem mais dificuldades e empecilhos para construção de sua autonomia pessoal em todos os âmbitos da vida”, disse.
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Cúpula dos Povos
Marcha Mundial das Mulheres luta pelo fim da divisão sexual do trabalho e o reconhecimento de que o trabalho reprodutivo está na base da sustentabilidade da vida humana e das relações entre as pessoas na família e na sociedade.
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Secretaria de Políticas para Mulheres da Presiência da República
Tatau Godinho, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, diz que reunião na ONU foi marcada por discussões de gênero. "Na apresentação dos países fica evidente a necessidade de ampliação dos direitos da juventude nos distintos países e, ao mesmo tempo, o quanto a desigualdade entre mulheres e homens faz com que meninas e mulheres jovens encontrem mais dificuldades e empecilhos para construção de sua autonomia pessoal em todos os âmbitos da vida”, disse.
Persiste desigualdade entre gêneros
O Documento de contribuição brasileira à Conferência Rio+20 traz por temas os posicionamentos que o país adotará durante os debates da Conferência. Com relação a questão de gênero, por exemplo, o documento diz que:
O relatório da ONU demonstra que a persistência das desigualdades entre gêneros é o maior entrave ao desenvolvimento humano nos países. Essa desigualdade, segundo a ONU, chega a provocar perdas de até 85% no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e apresenta diferenças entre o meio rural e urbano.
As mulheres desempenham, entretanto, papel central para o êxito das políticas de desenvolvimento sustentável, especialmente na promoção de padrões de produção e consumo sustentáveis. Responsáveis pela maior parte das decisões de compra e investimento das famílias, as mulheres devem ser o foco prioritário de políticas de educação e conscientização para o desenvolvimento sustentável.
A perspectiva de gênero e as medidas para a promoção da participação da mulher em posições de poder devem ser consideradas de forma transversal no desenvolvimento sustentável, perpassando o conjunto das políticas públicas nacionais e iniciativas internacionais. A importância do recorte do gênero para o desenvolvimento sustentável deve ser reconhecida tanto nos espaços urbanos quanto nos rurais, bem como na administração pública e nas atividades produtivas.
Por sua vez, organizações da sociedade civil trazem também suas contribuições para o tema. No debate feito pela Sempreviva Organização Feministas (SOF), as mulheres ampliam a condição de responsáveis pela maior parte das decisões de compra e investimento das famílias, exposta no documento brasileiro, para mostrar que também está no âmbito do debate o papel que a mulher desenvolve no campo como, por exemplo, a produção de alimentos saudáveis e a construção de alternativas, como a economia solidária.
Algumas das demandas posta pelas mulheres organizadas podem ser vistas no boletim especial da SOF para a Rio+20, “As mulheres dizem não ao capitalismo verde”.