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Nova descoberta sobre ondas gravitacionais não vai render Nobel, diz cientista

Criado em 18/02/16 21h32 e atualizado em 19/02/16 12h43
Por Líria Jade Fonte:Portal EBC

A primeira detecção de ondas gravitacionais anunciada na semana passada pode render o Prêmio Nobel de Física deste ano aos pesquisadores responsáveis pelo feito. O fenômeno, previsto pelo físico Albert Einstein há cem anos, nunca havia sido observado.

No entanto, o pesquisador do Instituto de Física Teórica da Unesp, Riccardo Sturani não acredita que a descoberta renderá o Nobel. “Não acredito que a detecção renderá um Nobel, porque já se sabia que as ondas gravitacionais existiam e já se esperava sua comprovação. Talvez as pessoas responsáveis pela pesquisa inicial e pelo LIGO nos anos 80 ganhem o Nobel”, justifica.

Os pesquisadores do projeto Ligo (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory) encontraram "distorções no espaço e no tempo" causadas por um par de buracos negros com massas enormes interagindo entre si. Os prováveis indicados ao Nobel deste ano pela pesquisa são Kip Thorne e Ronald Drever, do Caltech, Rayner Weiss, do MIT, idealizadores da tecnologia por trás do experimento. 

O feito já é considerado pela comunidade científica uma das descobertas científicas mais importantes nos últimos anos, graças à cooperação internacional que tornou possível a observação.

O sistema opera dois interferômetros semelhantes. Os dois são localizados em Livingston, na Louisiana, e em Hanford, em Washington, a uns 3 mil quilômetros de distância um do outro. Cientistas de mais de 40 instituições de todo o mundo trabalham continuamente analisando os dados do Ligo.

Sturani, um dos líderes da equipe brasileira responsável pela análise de dados gerados pela detecção de ondas gravitacionais, realizou, nesta quinta-feira (18), uma palestra sobre a descoberta. O pesquisador explicou que qualquer objeto com massa deveria gerar essas ondas quando está em movimento. "Quanto maior a massa, mais intenso será o movimento, e maiores serão as ondas", completa. Ele também destacou a dificuldade de se separar as ondas gravitacionais dos ruídos que podem "sujar o sinal". 

O cientista falou, ainda, sobre o novo observatório LIGO que será construído na Índia. Segundo o pesquisador, o projeto vai complementar os esforços dos outros dois observatórios localizados nos Estados Unidos.

Nobel de Fìsica

O Nobel de Física é atribuído anualmente, em outubro, pelos membros da Academia Real das Ciências da Suécia, a eminentes pesquisadores que se tenham destacado na produção de conhecimentos inovadores no domínio na área. A medalha e o diploma da fundação são oficialmente entregues pelo rei da Suécia, a 10 de dezembro, dia do aniversário da morte do criador do prêmio, Alfred Nobel.

John Bardeen é o único premiado por duas vezes, em 1956 e 1972. William Lawrence Bragg é o mais jovem laureado, ganhando o prêmio em 1915 com 25 anos na época. Duas mulheres já foram laureadas com o prêmio, Marie Curie (1903) e Maria Goeppert-Mayer (1963).

Confira a lista dos premiados nos últimos cinco anos: 

- 2015: Takaaki Kajita (Japão) e Arthur Bruce McDonald (Canadá) foram premiados pela descoberta das oscilações do neutrino [2], que mostram que os neutrinos têm massa. 

-2014: Os japoneses Isamu Akasaki, Hiroshi Amano e Shuji Nakamura receberam o Nobel de Física pela invenção de diodos azuis emissores de luz ((LED) que permitiram fontes de luz brilhantes e economizadoras de energia. 

-2013: François Englert (Bélgica) e Peter Higgs (Reino Unido), por trabalhos sobre o bóson de Higgs, também conhecido como 'partícula de Deus'.

-2012: Serge Haroche (França) e David Wineland (Estados Unidos), por métodos experimentais inovadores que permitem a medição e a manipulação de sistemas quânticos individuais, a pesquisas em ótica quântica permite a criação de computadores superpotentes e relógios com precisão extrema.

-2011: Saul Perlmutter e Adam Riess (Estados Unidos), Brian Schmidt (Austrália/EUA), por suas descobertas sobre a expansão acelerada do universo, através de observações de supernovas distantes.

 

 

 

Creative Commons - CC BY 3.0

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