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Rios da Cidadania: a vida dos ribeirinhos e o acesso aos direitos humanos
Criado em 13/08/13 16h58
e atualizado em 13/08/13 18h59
Por Ana Lúcia Caldas e Juliana Russomano
Fonte:Radiojornalismo EBC
Norberto Antônio dos Santos é um pescador de 65 anos que vive na cidade mineira de Três Marias, na barragem do rio São Francisco . Os ribeirinhos, geralmente, são povos tradicionais que vivem do artesanato, da pesca e da agricultura de subsistência.
Assim como Norberto, muitas pessoas moram às margens de rios, sem acesso a transportes rodoviário, ferroviário ou aéreo. As águas são as principais vias para o trânsito de cargas e de passageiros. A comunidade sabe que é pela navegação que chega o que para muitos pode parecer simples: a cidadania.
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Cerca de 12% da água doce superficial do planeta corre em nossos rios. A região da Amazônia, por exemplo, detém a maior bacia fluvial do mundo, e os principais rios são o Amazonas, que inicialmente recebe o nome de Solimões, e o rio Negro. Um estudo da ANTAQ, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários, mostra o perfil da navegação fluvial nesta região e a importância dos rios.
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O estudo abrange quatro Estados: Pará, Amapá, Amazonas e Rondônia, onde circulam seiscentas e duas embarcações por trezentas e dezessete linhas fluviais regulares e por onde transitam, anualmente, cerca de nove milhões de passageiros. As tarifas variam de 2 reais e 50 centavos, para uma travessia de seis quilômetros a 350 reais, numa travessia de 2.417 quilômetros que pode durar até 15 dias.
O estudo da ANTAQ revela ainda que a maioria dos passageiros é composta por jovens de 18 a 30 anos, que trabalham e têm rendimentos entre um e três salários mínimos mensais. A escolaridade varia. Cerca de 30% têm o segundo grau completo e 28% têm o primeiro grau incompleto.
Já o transporte de carga movimenta anualmente quatro milhões e meio de toneladas.
Além da importância para a economia regional e para o trânsito de pessoas, a navegação fluvial também leva serviços essenciais aos povos ribeirinhos. Nas comunidades mais distantes, o contato só é feito por barco. Pelas águas chegam médicos, cultura, banco e previdência social.
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