Viva Maria: exemplo para as novas gerações

Depoimentos de pessoas que conheceram a vida e o percurso de lutas de Mara Régia

 

Nesses 30 anos de história, lutas e mobilizações, o programa Viva Maria fez amigos e inimigos. E em meio a desafetos, maridos irados, que proibiram suas mulheres de ouvir Mara Régia, o programa ganhou também adimiradores. Pessoas que tem enorme gratidão ao trabalho de Mara e à Rádio Nacional. É o caso de Lia Tapajós, a mãe que teve seu filho roubado na maternidade logo quando nasceu. Nas palavras de Lia Tapajós, “O programa Viva Maria foi um colo de mãe para mim. Era o programa muito acolhedor dos dramas humanos. A Mara tem uma luz interior muito grande.”

Viva Maria ajudou a encontrar o garoto Pedrinho, ao abrir os microfones para Lia Tapajós manter viva a chama de encontrá-lo. Enquanto a imprensa deixava o caso no esquecimento, o Viva Maria sempre esteve alerta, ao lado de Lia, chamando a sociedade para ajudar nas buscas de seu filho.

Hoje, Viva Maria continua fazendo da solidariedade sua marca. É assim com a mulher que empresta seu nome à Lei 11.340/2006: Maria da Penha, mulher vítima de violência doméstica, que lutou por 19 anos para ver o seu agressor punido. Ela é presença constante na pauta do Viva Maria. É também membro do Conselho Curador da EBC.

Ruy Godinho, jornalista e produtor cultural, é outro alidado do programa. E nesse 30º aniversário faz questão de resssaltar que o Viva Maria é um marco na luta das mulheres brasileiras, e que somente uma pessoa com o perfil de luta da Mara Régia é que poderia comandar um programa desse porte.

Viva Maria é fonte de inspiração para estudantes e profissionais da comunicação. Isso fica claro nas palavras de Vinicius Borba, jornalista que atua no Jornal de Brasília. Vinicius teve contato com o Viva Maria quando era estudante, e desde então, percebeu o papel social da comunicação e do quanto ela pode ajudar as pessoas. Além dele, o depoimento de Maria Almeida, ouvinte do programa é contundente: “antes desse programa eu tinha vergonha do meu nome. Hoje eu me orgulho de ser MARIA”. Suas palavras foram gravadas em 1987, em entrevista concedida à Deográcia Pinto.

Em 21 de Abril de 1989, Dona Sara Kubitschek, comemora o aniversário de Brasília, dando vivas às Marias e à Mara Régia.

A socióloga e psicoterapeuta Almira Rodrigues, do Fórum de Mulhere do DF, vê no trabalho de mobilização das mulheres do Viva Maria o eixo forte de sua identidade ao longo das três últimas décadas.