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Com mudança de modelo, hospital de SP reduz pela metade número de cesáreas

Criado em 03/06/15 11h38 e atualizado em 03/06/15 11h43
Por Portal Brasil

O modelo de atendimento proposto pelo Hospital Santa Isabel, em Jaboticabal, não preocupou a assistente administrativa Gisele Delphino, 25 anos. O que mais a assustava era a possibilidade de fazer uma cesárea. “Sempre tive aflição ao pensar no médico cortando oito camadas (acho que é isso) de pele, fora que a recuperação do parto normal é bem rápida, é bom pra mãe e para o bebê”, diz.

Pelo modelo do hospital, a partir da 36ª semana de gestação, além das consultas de pré-natal com seu obstetra, a futura mãe realiza consultas com os profissionais da equipe que é mantida de plantão. Gisele conta que depois de ser encaminhada por seu médico, a cada consulta de pré-natal conhecia um profissional diferente. “O ginecologista nos encaminha para as consultas finais no hospital, para conhecermos o possível médico que fará o parto”, conta.

Quando chegou a hora de Lorenzo nascer o parto foi tranquilo e como ela queria. “Foi uma enfermeira obstetra que fez o meu parto em um banquinho. Ela me passou toda a segurança e apoio. Meu marido participou o tempo todo ao meu lado, inclusive a hora que o bebê nasceu. Estávamos embaixo do chuveiro, a enfermeira Uyara colocou meu filho sobre meu corpo, lavou ele e o pai cortou o cordão umbilical. Foi emocionante e inesquecível”, descreve o parto realizado há um ano.

O modelo proposto pelo Santa Isabel confirma que o hospital está no caminho certo. Há dois anos a taxa de cesáreas chegava a quase 100%.

“Havia a necessidade de interferir no processo, melhorando a segurança das mães e seus bebês e tornar o parto uma experiência única”, relembra Jeyner Valério Júnior, coordenador administrativo do Hospital e Maternidade Santa Isabel e do Projeto Melhor Parto. Atualmente, a taxa de parto normal chega a 50%.

O hospital evita parto com hora marcada e assim bebês prematuros. Ao entrar em trabalho de parto, o médico avalia a melhor forma de nascimento e deixa a cesariana somente quando há riscos para mãe ou para o bebê.O cartão do pré-natal da gestante foi padronizado e grávidas e familiares fazem cursos de gestantes.

Segundo o coordenador, chegar a este percentual não foi fácil. Foram necessárias algumas mudanças e houve resistências. “Antes, o médico chegava ao hospital, realizava o procedimento cirúrgico e ia para o seu consultório. No parto normal, não há como acompanhar o trabalho de parto que pode durar 12 ou mais horas, atendendo o consultório. Você muda a rotina do médico, por isso a resistência foi grande”, explica.

Para motivar os profissionais do hospital, houve melhoria na remuneração daqueles que aderissem ao sistema de plantão, garantindo a presença de obstetra 24 horas.

Outra mudança foi a unificação da equipe médica e de enfermagem do Hospital e da Unimed, os profissionais também passaram por capacitação. O hospital também investiu na aquisição de bolas, banquetas e o sonar (espécie de monitor fetal à prova d´água) para permitir o parto dentro da água. Tudo para dar mais acolhimento, segurança e conforto.

Como reflexo, o Santa Isabel conseguiu uma redução de custos de 26% e de internações em CTI neonatal de 61%, a infecção hospitalar está quase zero e a morte materna chegou a zero. “O desafio agora tem sido manter a equipe motivada e conseguir enfermeiras obstetrizes, uma profissional ainda escassa no mercado.”

Creative Commons - CC BY 3.0

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