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A tenente-coronel Cynthiane Santos é a primeira mulher do Brasil à frente de um batalhão de choque

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Profissionais de segurança pública têm dificuldade de conciliar dupla jornada, mostra pesquisa

Criado em 08/03/13 14h50 e atualizado em 08/03/13 15h11
Por Isabela Vieira Edição:Tereza Barbosa Fonte:Agência Brasil

Cynthiane Santos
A tenente-coronel Cynthiane Santos é a primeira mulher do Brasil à frente de um batalhão de choque (Agência Brasília)

Rio de Janeiro- As profissionais de segurança pública têm dificuldade de conciliar a dupla jornada de trabalho - no quartel e em casa – em função da falta de rotina nas escalas e os turnos à noite. A constatação é da pesquisa Mulheres na Segurança, do Ministério da Justiça, divulgada em fevereiro. Segundo a pesquisa, as mulheres policiais e as do Corpo de Bombeiros também sofrem com a falta de condições adequadas de trabalho.

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“Como uma mulher trabalha 12 horas, menstruada, sem um banheiro? [Se] não temos um armário para deixar nosso uniforme [como] não correr risco [de ser identificada] com a farda na mochila? Como eu, [que tenho 1,60 metro de altura], tenho que decidir entre usar um colete [tamanho] extra G - que deixa as costas destruídas – ou [correr o risco de morrer porque não o estou usando]?”, questionou uma das entrevistadas.

As denúncias se estendem à Polícia Civil do Rio, comandada pela delegada-chefe Martha Rocha. A corporação, que não forneceu dados sobre o percentual de mulheres em seus quadros, é denunciada por policiais e escrivãs de cortar gratificações salariais quando as funcionárias entram de licença-maternidade. “Isso beira a covardia, [justo] quando mais precisamos”, disse outra agente.

Segundo o levantamento, a discriminação também faz parte da realidade dessas mulheres, seja na Polícia Militar, seja no Corpo de Bombeiros. Piadas ou constrangimentos de colegas ou do público são os sinais mais frequentes do problema. Uma inspetora da Polícia Civil conta que ouviu de um superior a seguinte frase: “Mulher policial ou é piranha ou é sapatão”.

A pesquisa constatou que essas profissionais acabam assumindo postura mais rígida para se defender, “o que no limite é uma contradição com a proposta da entrada de mulheres nas instituições policiais, na década de 1980, que era humanizar as relações”, disse a socióloga Wania Pasinato, coordenadora do levantamento.

Ela disse que ouviu o seguinte relato de uma das entrevistadas: “Eu sorrio muito menos. Sorrir seria só expressar simpatia, mas pode gerar um constrangimento porque pode ser mal interpretado”. Segundo Wania, as mulheres foram incorporadas à segurança pública, mas com a condição de se adaptar. “As instituições não lhes deram nenhum recurso para que sejam mulheres policiais”, completou.

Edição Tereza Barbosa

Creative Commons - CC BY 3.0

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