one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


São Paulo - Parentes, amigos e membros da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo fazem ato para lembrar a morte de Carlos Marighella (1911-1969)

Imagem:

Compartilhar:

Marighella ganha homenagem no local onde foi assassinado há 44 anos

Criado em 04/11/13 16h19 e atualizado em 04/11/13 19h41
Por Flávia Albuquerque Fonte:Agência Brasil

Ato lembra 44 anos da morte de Marighella
São Paulo - Parentes, amigos e membros da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo fazem ato para lembrar a morte de Carlos Marighella (1911-1969) (Marcelo Camargo/ABr)

São Paulo – A Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva e a viúva de Carlos Marighella, Clara Charf, fizeram hoje (4) um ato na Alameda Casa Branca, na região da Avenida Paulista, para lembrar a data do assassinato do militante, ocorrido nessa rua há 44 anos, durante uma emboscada da polícia. De acordo com a versão oficial, Marighella foi morto em um tiroteio entre agentes policiais do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) de São Paulo e membros da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização que liderava.

Leia também:

Comissão da Verdade do Rio quer comprovar colaboração do Brasil na Operação Condor

Biografia de Marighella vence prêmio Jabuti

Documentário Marighella vence mostra de cinema

De acordo com Clara Charf, o importante da homenagem é marcar uma posição perante a história, porque muitas pessoas não sabem que Marighella foi morto naquela rua, em 4 de novembro de 1969. “Ele veio se encontrar com os padres [frades dominicanos que simpatizavam com a causa] porque queria que ajudassem a tirar os perseguidos políticos do país pela fronteira. A polícia montou todo um esquema e transformou essa rua em um horror. Ele entrou de peito aberto como sempre, sem saber que aquilo tudo o que havia na rua era apenas um cenário”.

Ato lembra 44 anos da morte de Marighella
Clara Charf, viúva de Marighella. (Marcelo Camargo/ABr)

Clara Charf assinalou ainda que há uma coisa nova no cenário político brasileiro, com o surgimento de novos movimentos políticos que estão levantando bandeiras e chamando a atenção para as injustiças da sociedade. “Ninguém pode ficar de braços cruzados achando que vivemos em uma democracia e que está tudo no bem-bom. Não é nada disso, existe um regime, claro que comparando hoje com a democracia que nós conquistamos com o que era no passado, está muito diferente, mas as bandeiras continuam de pé, apesar de se ter conquistado muito”.

O presidente da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva, Adriano Diogo, ressaltou que Marighella foi um grande vulto da história que pode ser comparado a personalidades da humanidade que influenciaram a sociedade. “No Brasil, se Marighella não tivesse sido morto, teria a importância de diversos personagens que foram marco na história da civilização e organização dos povos”.

Para Adriano Diogo, atos como o de hoje tinham que ter mais mais participação. “Todos os jovens que se beneficiaram da luta pela democracia deviam reconhecer a biografia de Marighella. Nós fizemos um ato singelo em frente a um monumento quase abandonado e quais desses jovens vultos que sucederam Marighella estava aqui hoje? Nenhum. Nem municipal, estadual ou federal”.

Parentes, amigos e membros da Comissão da Verdade de SP fazem ato para lembrar a morte de Marighella
São Paulo - Parentes, amigos e membros da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo fazem ato para lembrar a morte de Carlos Marighella (1911-1969) (Marcelo Camargo/ABr)

Membro do Comitê Paulista pela Verdade e Justiça e do Fórum de Ex-Presos Políticos e Perseguidos do Estado de São Paulo, Clóvis de Castro destacou que a homenagem ao militante é justa porque é importante lembrar sempre das pessoas que lutaram pela democracia. “Nesta data e neste local, onde há 44 anos Marighella foi assassinado, nós homenageamos todos os combatentes que participaram da luta contra a ditadura militar”.

Gregório Gomes da Silva, filho de Virgílio Gomes da Silva, desaparecido durante a ditadura, disse que o dia 4 de novembro está se tornando um marco nas homenagens à resistência da juventude nas décadas de 60 e 70, durante a ditadura, e à retomada da democracia do Brasil. “No contexto em que está a sociedade atualmente, esta data também se torna um marco de reencontro e reforço dos compromissos que eles firmaram no passado e nós reassumimos agora”.

Laura Petit da Silva, irmã de três desaparecidos, e representante da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, disse que homenagens como a feita hoje servem para manter viva a memória de pessoas consideradas heróis na luta pela democracia. “Não só [preservar] a memória, mas buscar a verdade e a justiça. Marighella serve como exemplo para as novas gerações, para que esses fatos nunca mais ocorram”.

 

Conheça a trajetória de Marighella, um dos maiores guerrilheiros do período da ditadura miitar:

Creative Commons - CC BY 3.0 -

 

 

Edição: Davi Oliveira

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário