Maduro anuncia ações contra suposta conspiração

Criado em 23/01/13 19h54 e atualizado em 23/01/13 20h23
Por Agência Lusa

(Elza Fiúza/ABr)

Caracas, 23 jan (Lusa) - O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, apontou nesta quarta-feira (23) a existência de uma alegada conspiração da direita venezuelana para atentar contra a sua vida e a do presidente da Assembleia Nacional (parlamento), Diosdado Cabello.

"Os inimigos da pátria quiseram utilizar as circunstâncias que vivemos para tentar causar danos ao nosso país e à vida social do povo", disse Maduro, afirmando que a resposta aos alegados conspiradores deve ser dada "com serenidade, com segurança, com confiança e com contundência", disse.

"Não se surpreendam com as ações que tomaremos nas próximas horas e nos próximos dias e não venham pedir perdão, os criminosos que se infiltram no nosso país", avisou.

Nicolás Maduro falava perante milhares de apoiadores do presidente Hugo Chávez, que se concentraram no populoso bairro pobre de 23 de Janeiro, em Caracas, para marcar o 55º aniversário de 23 de janeiro de 1958, data em que um movimento cívico-militar derrotou o governo militar do general Marcos Evangelista Pérez Jiménez.

"Quem violar a Constituição e a paz deste país tem que ir preso e depois que não venham chorar, dizendo que são presos políticos. Mão dura contra a conspiração da direita. Mão dura de todo o povo, do governo, de todos os poderes", defendeu.

Por outro lado, sublinhou que os organismos do Estado estão "desde há várias semanas a observar grupos que se infiltraram no país" e cujo objetivo será atentar contra a sua vida e a do presidente do parlamento venezuelano, Diosdado Cabello.

Maduro afirmou que os opositores tentam projetar a imagem de que ambos os líderes têm divergências: "a jogada macabra e criminosa é atentar contra a vida de qualquer um de nós e depois deitar a culpa a um ou ao outro", referiu.

O vice-presidente anunciou que viajará para Cuba nas próximas horas para reunir-se com Hugo Chávez, com um conjunto de temas para debater, prevendo viajar depois para Santiago do Chile para participar no fim de semana na segunda cimeira da Comunidade de Estados Latinoamericanos e Caribenhos.

Durante a celebração da efeméride, da qual o presidente da Venezuela esteve ausente pela primeira vez, por estar fazendo um tratamento médico em Cuba, os simpatizantes gritaram intensamente palavras de ordem como "o comandante viverá" e "assim é que se governa".

Numa espécie de contra-manifestação que ocorreu quase ao mesmo tempo, o líder da oposição, Henrique Capriles, acusou o governo de usar a violência para dividir os venezuelanos e gerar conflitos, defendendo que os opositores de Chávez devem responder com "conteúdo" político.

Falando aos jornalistas  em uma comemoração paralela da queda de Marcos Pérez Jimenez que juntou centenas de opositores do governo, Capriles comparou o atual executivo com a ditadura de então: "o governo tem o monopólio da violência e quer usá-la para que os venezuelanos lutem uns com os outros".

O ex-candidato presidencial indicou que a conduta do governo é "sectária" e que quem dele discorda é "excluído".

A oposição venezuelana critica a decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) de permitir o adiamento da tomada de posse de Hugo Chávez - ausente desde dezembro, quando viajou a Cuba para receber tratamento contra um câncer - defendendo a realização de novas eleições.

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