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Crise no Iêmem: milícia realiza ataques próximos ao palácio presidencial

Criado em 19/01/15 15h19 e atualizado em 19/01/15 15h41
Por Agência Lusa

Violentos confrontos aconteceram em Sanaa, capital do Iêmen  nesta segunda-feira (19), onde a milícia xiita de Ansaruallah se aproximou do palácio presidencial para reforçar o seu poder na capital iemenita. Após longas horas de combates, foi decretado um cessar-fogo ao fim do dia, tendo a suspensão das hostilidades sido, em seguida, confirmada por testemunhas.

O cessar-fogo foi anunciado pouco depois de um apelo da Liga Árabe a “todas as forças políticas” para colocarem fim à “infeliz escalada da violência no Iémen”. As embaixadas norte-americana e britânica em Sanaa tinham também pedido o fim dos combates, que fizeram pelo menos dois mortos e 14 feridos na cidade, segundo um balanço de fonte médica.

O Presidente iemenita, Abd Rabbo Mansur Hadi, não foi diretamente ameaçado, uma vez que não se encontrava no palácio presidencial, situado no sul da capital, onde aconteceram os confrontos. Hadi, que raramente utiliza o palácio, multiplicou as consultas na sua residência, onde negociou o cessar-fogo com um representante da milícia Ansaruallah, segundo fontes políticas.

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Membros da milícia xiita afirmaram ter tomado uma colina estratégica situada perto do palácio.“Nós controlamos o Jebel Nahdin, virado para o palácio presidencial, e permitimos aos guardas da presidência que abandonem o seu posto com uma arma pessoal”, disse Ali al-Bukhaiti, um responsável da milícia Ansaruallah.

Além disso, elementos da milícia começaram a bombardear com artilharia média e pesada um campo da guarda presidencial situado a sul do palácio, segundo relato de testemunhas. Reforços da milícia foram igualmente vistos na estrada que leva ao palácio com dois tanques de combate.

A coluna em que seguia o primeiro-ministro, Khaled Bahah, esteve sob fogo da milícia xiita depois de este ter participado numa reunião com o Presidente Hadi, mas o chefe do executivo escapou ileso, afirmou a ministra da Informação, Nadia al-Sakkaf.

O poder do governo parece cada vez mais limitado, depois de a ministra da Informação ter anunciado que a televisão nacional e a agência oficial Saba se encontram agora fora do controle da autoridade do Estado. As milícias xiitas, também conhecidas como houthis, “recusam-se a publicar qualquer declaração que seja do governo”, disse Al-Sakkaf.

A milícia Ansaruallah está, assim, a reforçar o seu poder em Sanaa, onde entrou a 21 de setembro e controlava até agora os principais sectores e edifícios públicos da capital. O aumento da violência ocorreu dois dias após o sequestro pelas milícias xiitas de Ahmed Awad ben Mubarak, o chefe de gabinete do Presidente e um dos artífices do projeto da nova Constituição.

Ben Mubarak, que supervisionou a redação deste projeto de Lei Fundamental, dirigiu o processo de Diálogo Nacional lançado após a saída do antigo presidente, Ali Abdallah Saleh, em fevereiro 2012, após um ano de contestação.

As milícias xiitas opõem-se a este projeto de texto constitucional, que prevê um Iémen federal, composto por seis regiões. A divisão do país privá-los-ia, na prática, de um acesso ao mar, um dos seus principais objetivos desde que abandonaram o seu bastião montanhoso de Saada, no norte do país, para conquistar vastas parcelas do território iemenita.

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