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Estudantes canadenses vão às ruas contra corte de gastos com educação

Criado em 23/03/15 18h48 e atualizado em 23/03/15 19h10
Por Iara Falcão - Correspondente da Agência Brasil/EBC Edição:Beto Coura Fonte:Agência Brasil

Centenas de estudantes se reuniram hoje (23) na praça Phillips Square, em Montreal, no Canadá, para protestar contra as medidas de ajuste fiscal adotadas pelo governo da província de Quebeque. A manifestação, iniciada por volta das 11h30, horário local, terminou uma hora depois, após rápido confronto com a polícia. Alguns estudantes foram detidos.

O protesto ocorreu no mesmo dia em que várias associações de estudantes se organizaram para declarar greve social e marcar posição contra o projeto de lei governamental que reduz gastos no setor público, incluindo cortes no orçamento de universidades. A estimativa é que 60 mil estudantes aderiram à greve.

“Desde o início do ano, o Partido Liberal fez reduções massivas em educação, em saúde e em meio ambiente. Então, é por isso que nós saímos às ruas; porque isso nos atinge diretamente e, em termos gerais, queremos denunciar a direção que o governo está tomando”, explicou Camille Godbout, porta-voz da Associação por uma Solidariedade Sindical e Estudantil, uma das organizadoras do movimento.

Segundo a associação, o governo deve impor reduções de cerca de R$ 635 milhões para as universidades em dois anos. O primeiro-ministro da província de Quebeque, Philippe Couillard, disse que as “gerações futuras é que serão beneficiadas pelo pacote fiscal”.

O plano prevê também a supressão de mais de mil vagas no serviço público entre 2015 e 2016. As medidas integram o pacote que ficou conhecido como de austeridade e que visa, segundo o governo, evitar um déficit de R$ 14,7 bilhões neste ano e de R$ 18,3 bilhões no ano que vem.

Para Victor Silvestrin, de 24 anos, estudante de Urbanismo, da Universidade de Montreal, a mobilização é importante. “É preciso que a gente se mobilize porque, primeiramente, como estudante, a gente está vendo uma diminuição do dinheiro que vai para as universidades, para a educação”, explicou.

Em segundo lugar, diz Silvestrin, “como cidadão, porque eu me preocupo em ver outros cidadãos terem menos vantagens sociais, menos acesso à educação e à saúde. E como futuro urbanista, porque, se a gente quer criar locais de vida interessantes, a gente não pode ter uma população dividida”.

A saída dos estudantes às ruas lembrou aos moradores de Montreal uma greve em março de 2012, que contou com o apoio de sindicatos e ficou conhecida como a Primavera de Bordo, em alusão à folha da árvore característica do Canadá. Naquela ocasião, milhares de pessoas saíram às ruas nas 1.370 manifestações promovidas entre os meses de fevereiro e setembro.

Este ano, até o momento, os sindicatos não aderiram ao movimento estudantil que encontra dissidências também na própria classe. A Fundação 1625, organismo criado para levantar fundos de ajuda a estudantes, se opõe aos grevistas, defendendo o direito daqueles que querem assistir às aulas e acusando a greve de ilegal.

“Um estudante inscrito e tendo pago sua taxa de matrícula tem uma relação contratual com o estabelecimento de ensino. Toda pessoa que impeça um estudante de assistir às suas aulas, por bloqueio ou piquete, está agindo ilegalmente”, diz a organização em seu site.

Uma grande manifestação está sendo preparada para o dia 2 de abril.
 

 

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