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Brasília - Comissão geral sobre o programa Mais Médicos, no Plenário da Câmara

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Médico que fugiu de Cuba diz que colegas são explorados pelo governo do país

Criado em 04/09/13 16h19 e atualizado em 04/09/13 16h36
Por Yara Aquino* Edição:Davi Oliveira Fonte:Agência Brasil

Comissão geral sobre o programa Mais Médicos, no Plenário da Câmara
Carlos Jiménez, que há três anos exerce a profissão de médico no Ceará, foi um dos participantes da sessão da comissão geral da Câmara dos Deputados, ocorrida hoje no plenário da Casa, convocada para debater a Medida Provisória (MP) 621, que cria o Programa Mais Médicos (Antonio Cruz/ABr)

Brasília – O médico Carlos Rafael Jorge Jiménez criticou hoje (4) a remuneração dos médicos cubanos que atuarão no Brasil por meio do Programa Mais Médicos, por não receberem integralmente a bolsa de R$ 10 mil. Segundo ele, os médicos do seu país recebem entre R$ 60 e R$ 70 por mês de trabalho em Cuba e no Brasil devem ganhar entre R$ 450 e R$ 700. O restante será entregue ao governo cubano. Jiménez fugiu de Cuba há 12 anos e naturalizou-se brasileiro.

“O explorador é o governo cubano, e o governo brasileiro está apoiando a vinda deles. Por que os médicos cubanos não podem entrar e sair quando querem, por que não podem pedir asilo político?”, questionou. Carlos Rafael Jorge Jiménez relatou que os cubanos estavam sendo preparados para vir ao Brasil há pelo menos um ano com aulas de português e de funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS).

Jiménez, que há três anos exerce a profissão de médico no Ceará, foi um dos participantes da sessão da comissão geral da Câmara dos Deputados, ocorrida hoje no plenário da Casa, convocada para debater a Medida Provisória (MP) 621, que cria o Programa Mais Médicos.

O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, durante o evento na Câmara, rebateu as críticas do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), que comparou a forma de trabalho dos médicos cubanos no Brasil ao trabalho escravo. Segundo ele, o país tem uma das legislações mais avançados do mundo no combate ao trabalho escravo. “Acho desrespeitoso atribuir a prefeitos, profissionais de universidades públicas, qualquer tipo de acusação de compartilhar com o regime de trabalho escravo. Não há, nesse ponto, nenhuma falta de transparência”, disse Adams.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que também participou da sessão, ressaltou que não se deve banalizar o termo trabalho escravo e disse que não há paralelo com esse tipo de trabalho nas formas de cooperação de Cuba com 58 países que receberam médicos cubanos. “Alguém acha que a União Europeia ira permitir trabalho escravo em Portugal?”, questionou.

O presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Geraldo Ferreira, disse que a entidade não é contrária à contratação de profissionais estrangeiros, mas considera que as feitas pelo Programa Mais Médicos não são legais. “Já recorremos ao Ministério Público Federal e ao Tribunal de Contas da União para questionar a medida”, disse. Ele também acusou o programa de eleitoreiro.

* Colaborou Ivan Richard

Edição: Davi Oliveira

Creative Commons - CC BY 3.0

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