one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC/RJ)

Imagem: Nilson Bastian/Câmara dos Deputados

Compartilhar:

Bolsonaro foi acusado por ofensas em dezembro de 2014; relembre o caso

Criado em 21/06/16 21h27 e atualizado em 21/06/16 21h49
Por Portal EBC Edição:Com informações do arquivo da Agência Brasil

 Agora réu no Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado federal Jair Bolsonaro foi acusado de ter ofendido a deputada Maria do Rosário no dia 9 de dezembro de 2014. A aceitação da denúncia na corte, nesta terça (21), ocorre, assim, mais de um ano e sete meses depois que, na tribuna, ele disse que só não estupraria a parlamentar porque ela “não merece”. A decisão foi da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que aceitou a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (INQ 3.932) e queixa-crime da deputada (PET 5.243) por incitação ao crime de estupro e injúria.

Ouça aqui reportagem: Conselho cobra punição de Bolsonaro por apologia ao estupro

A agressão verbal aconteceu depois que a deputada discursou, no plenário da Câmara, sobre os trabalhados da Comissão Nacional da Verdade, que entregou naquela ocasião o relatório final ao governo. "Fica aí, Maria do Rosário, fica. Há poucos dias, você me chamou de estuprador no Salão Verde e eu disse que não estuprava você porque você não merece. Fica aqui para ouvir", discursou Bolsonaro da tribuna da Câmara.Bolsonaro foi denunciado pela vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko.

Ela entendeu que a declaração do parlamentar instigaria a ideia que um homem possa estuprar uma mulher que ela "entenda ser merecedora". O pedido, na ocasião, de abertura de investigação chegou para ser julgado pelo ministro Luiz Fux. Além da denúncia na Justiça, o parlamentar também foi alvo de uma representação protocolada pelo PT, PCdoB, PSOL e PSB, no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados.

Os partidos pediram a cassação do mandato dele pelas ofensas a deputada. As ofensas geraram reações também de entidades governamentais e de vários outros setores da sociedade organizado. EM 2014, a então ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres relembrou que o Brasil considera estupro um crime hediondo desde 1990. “É inaceitável que um deputado utilize seu posto para reverberar discurso de ódio e de incitação ao crime, que atinge, humilha e reduz as mulheres”, disse. A Ordem dos Advogados do Brasil também se manifestou com repúdio à fala de Bolsonaro.

Ofensas em 2003

Após as declarações em 2014, a bancada feminina e a Procuradoria da Mulher da Câmara divulgaram nota de repúdio à atitude do deputado. "Não é a primeira vez que o referido deputado usa das prerrogativas do mandato parlamentar para transgredir o Regimento Interno, ficando à vontade para promover diferentes formas de violência. Incitar este ato de barbárie é ainda mais grave quando recordamos que, apenas em 2013, o Brasil registrou 50 mil casos de estupro, podendo ter chegado ao alarmante patamar de 143 mil casos, devido justamente à banalização desta forma de violência", diz a nota.

A reincidência faz referência a agressões verbais do parlamentar em 2003 em discussão com a deputada. Na ocasião, Maria do Rosário o havia chamado de estuprador, por ele incentivar essa prática mesmo sem ter consciência disso. Segundo a parlamentar denuncia, ele teria a empurrado e dito que ela era uma "vagabunda".

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário