Chachoeira Véu da Noiva, na Chapada dos Guimarães

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Parque Nacional da Chapada dos Guimarães convive com pressões

Criado em 13/06/13 06h00 e atualizado em 13/06/13 07h38
Por Carolina Gonçalves Edição:Marcos Chagas Fonte:Agência Brasil [2]

Chachoeira Véu da Noiva, na Chapada dos Guimarães
Chachoeira Véu da Noiva, na Chapada dos Guimarães (Jeff Belmonte / Creative Commons)

Brasília – Em mais de 32,6 mil hectares formados por gigantescas esculturas de pedra, próximo a Cuiabá (MT), se localiza um dos destinos de ecoturismo mais procurados no mundo. Apesar de toda a beleza formada por sítios arqueológicos, onde já foram encontrados ossos de dinossauros, e por quedas d´água como o Véu de Noiva, com 86 metros de altura, o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães convive, nos limites exteriores, com as pressões produzidas pela atividade agrícola, por rodovias e pela constante ameaça de queimadas.
 
No interior da unidade, os agentes ambientais enfrentam outro desafio. O parque, criado em 1989, ainda disputa a posse de mais de 82% de seu território. De acordo com o plano de manejo, apenas 5,6 mil hectares estão regularizados (17,37%), 6 mil hectares (18,47%) em fase de regularização e quase 21 mil hectares (64,16%) são reivindicados por particulares.

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“Áreas importantes para a visitação no parque, como as cachoeiras Véu de noiva e Cachoeirinha, enfrentam problemas com a ocupação de restaurantes”, exemplificou a analista ambiental Carolina Pötter de Castro, chefe-substituta do Parque Nacional (Parna), responsável pelas visitações na unidade. Segundo ela, os processos tramitam há anos na Justiça. “Ganhamos em todas as instâncias, mas os ocupantes sempre recorrem. A questão vai acabar sendo decidida só no STF [Supremo Tribunal Federal], o que vai levar mais tempo ainda”, lamentou.
 
A questão, para os administradores da Chapada dos Guimarães, é que a consolidação efetiva da unidade depende da regularização fundiária da área. “Com a regularização, poderemos atuar melhor na fiscalização, visitação, concessão, pesquisa, recuperação e no manejo em geral no parque”, avaliou Carolina Pötter.
 
Com a aprovação do plano de manejo, em 2008, a regularização do território poderia impulsionar as ações já em implantação pelos analistas, como intensificar as visitas à área e criar novos atrativos para o público. No bioma Cerrado, o parque da Chapada dos Guimarães é um dos 12 que têm plano de manejo elaborado. Mais duas unidades da mesma categoria não contam com o documento, os parques das Nascentes do Rio Parnaíba e o da Chapada das Mesas.
 
O Parque das Nascentes do Rio Parnaíba é a maior unidade de conservação que existe hoje no Cerrado, com quase 730 mil hectares que passam pelas divisas dos estados do Maranhão (46,2%), Piauí (35,8%), Tocantins (14,6%) e da Bahia (3,4%), abrangendo nove municípios na região.
 
“A unidade tem manancial hídrico muito grande e de fundamental importância para a sua preservação, além de atrativos turísticos, como cachoeiras, veredas, contemplação da natureza”, descreveu Cristiana Castro Lima Aguiar, analista ambiental que atua na unidade.

Pantanal Matogrossense
Pantanal Matogrossense (ana_ge / Creative Commons)


 
Apesar da riqueza da biodiversidade encontrada no parque, mais de dez anos depois da sua criação a unidade ainda não foi demarcada. O processo está em fase final e só quando estiver concluído serão colocados os marcos e as placas de sinalização.

“Além da demarcação, estão sendo feitos o cadastro de populações, o levantamento socioeconômico e as atividades de educação ambiental”, disse a analista.
 
Essas informações devem contribuir para a regularização fundiária da unidade, que ainda não foi iniciada por pendências de documentos dos proprietários de terras que já deram entrada com pedido de indenização. “A regularização é um processo mais demorado, devido à burocracia de comprovação documental e disponibilização de recursos para esse fim, mas é uma ação continuada”, explicou Cristiana Aguiar, evitando especular sobre prazos para a conclusão do processo.

O Parque Nacional do Pantanal Matogrossense é a única unidade de conservaçãoo dessa categoria no bioma Pantanal. Criado em 1981, o parque ocupa área de 135,6 mil hectares, abrangendo os municípios de Cáceres (MS) e Poconé (MT). O plano de manejo de 2003 aponta a existência de diversas espécies ameaçadas no território, como o cervo-do-pantanal, gato-maracajá, tamanduá-bandeira, tatu-canastra e a onça-pintada.

A Agência Brasil tentou conversar com o chefe do parque, José Augusto Ferraz de Lima, que estava em uma unidade onde não é possível fazer contato por telefone.

Edição: Marcos Chagas

 

Creative Commons - CC BY 3.0

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