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Cientista brasileiro participa de expedição marinha na costa da Austrália

Criado em 28/07/15 20h02 e atualizado em 28/07/15 20h09
Por Alana Gandra Edição:Stênio Ribeiro Fonte:Agência Brasil [2]

O cientista brasileiro Daniel Franco, do Observatório Nacional (ON), embarcou hoje (28) para a Austrália, onde participará de expedição internacional para investigação da história e da dinâmica da Terra, a partir do registro de sedimentos do oceano. Para Franco, único brasileiro que integra a expedição, entre pesquisadores de 11 países, a oportunidade ”é um privilégio e uma honra, ao mesmo tempo”. A ideia, acrescentou, é tentar verificar o registro do campo magnético nessa coluna sedimentar, porque "quanto mais fundo, mais pra trás no tempo você vai”.

Ele bservou que do ponto de vista científico, essa é uma oportunidade de expandir as linhas de pesquisa vigentes no Observatório Nacional, na área de geomagnetismo, e abrir nova fonte de estudos na área de paleomagnetismo, que é o registro do campo magnético da Terra no passado geológico profundo.

Os pesquisadores ficarão baseados em um navio-laboratório à noroeste da plataforma australiana. De lá, vão furar o assoalho oceânico, de onde recolherão testemunhos cuja magnetização será objeto de estudo que visa a entender como o campo magnético da Terra variou entre milhões de anos. Daniel Franco entra na expedição no dia 1º de agosto próximo, com saída prevista em 30 de setembro.

O International Ocean Discovery Program (IODP) é o mais longevo programa internacional em ciências da Terra, com 50 anos de existência, e faz pesquisas relacionadas à dinâmica da Terra, a partir dos oceanos. A região alvo da Expedição 356 é vinculada, segundo Franco, a um processo de circulação oceânica muito importante para a distribuição de calor para o globo, por meio de correntes marinhas.

Franco explicou que o registro desses ciclos climáticos que alteram as correntes marinhas fica depositado em sedimentos no fundo dos oceanos. “A ideia é tentar identificar qual é a escala temporal em que esses ciclos operam e como eles influem nas correntes”, salientou. Outro interesse é no estudo do comportamento do campo geomagnético da Terra, que varia no tempo e no espaço. O campo magnético da Terra nos protege, por exemplo, de radiação de alta energia, nociva à vida. Daí o interesse em estudar essa área, que é importante para entender como o campo magnético mexe nos ecossistemas, disse ele.

O Observatório Nacional, órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, sediado no Rio de Janeiro, estuda medidas do campo magnético da Terra, por meio de observatórios magnéticos, desde 1915. A partir dessa expedição, Franco acredita que se conseguirá, com o tempo, montar um laboratório especializado para pesquisas em paleomagnetismo, a exemplo do que é feito no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP).

 

Creative Commons - CC BY 3.0

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