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Evento no Rio relembra clássicos como "Lenço no Pescoço" e "Rapaz Folgado" que nasceram das desavenças que os artistas tiveram na década de 1930.

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Show nesta terça relembra duelo entre Noel Rosa e Wilson Batista

Criado em 10/09/12 18h57 e atualizado em 10/09/12 19h38
Por Paulo Virgílio Edição:Fábio Massalli Fonte:Agência Brasil

Noel Rosa x Wilson Batista
Evento no Rio relembra clássicos como "Lenço no Pescoço" e "Rapaz Folgado", que nasceram das desavenças que os artistas tiveram na década de 1930. Foto: Divulgação

Uma desavença musical histórica será revivida nesta terça-feira (11), às 20h, no Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro (IMS-RJ) em mais um show da série Grandes Discos da Música Brasileira. Trata-se da briga, travada em sambas, que envolveu, na década de 1930 do século passado, os compositores Noel Rosa (1910-1937) e Wilson Batista (1913-1968).

Cerca de 20 anos depois, a troca de provocações musicais foi registrada em um LP (disco de vinil), lançado em 1956 pela gravadora Odeon, intitulado “Polêmica”, tendo como intérpretes os cantores Francisco Egydio e Roberto Paiva.

No show desta terça-feira, caberá ao portelense Monarco e ao mangueirense Nelson Sargento reviver o embate musical, iniciado em 1933, quando Wilson Batista compôs Lenço no Pescoço, samba que exaltava a malandragem. Noel Rosa não gostou do retrato musical da malandragem feito por Batista e rebateu com Rapaz Folgado e Wilson Batista contra-atacou com Mocinho da Vila.

A polêmica atingiu seu auge quando Noel Rosa compôs uma de suas obras-primas, Feitiço da Vila, rebatida por Batista com o samba Conversa Fiada que, por sua vez, motivou outro clássico de Noel, Palpite Infeliz. Wilson Batista ainda acrescentou um samba à polêmica, Frankenstein da Vila, mas acabou sugerindo que os dois, em vez de adversários, se tornassem parceiros.

E foi com samba que a briga acabou: Noel Rosa escreveu uma nova letra para a melodia de Terra de Cego, de autoria do adversário, agora parceiro.

“Nós temos nesta série uma forte vertente no samba”, reconhece a coordenadora de música do IMS e da seleção dos Grandes Discos da Música Brasileira, Bia Paes Leme. O gênero está presente em quase todos os dez títulos da série que resgata importantes LPs da era do vinil, aberta em outubro de 2010 com o disco A Arte Negra de Wilson Moreira e Nei Lopes, de 1980.

Na sequência, vieram Monarco, de 1976; O Grande Circo Místico, de 1983, álbum com as canções de Chico Buarque e Edu Lobo para o espetáculo de mesmo nome do Ballet Teatro Guaíra; Acabou Chorare (1972), dos Novos Baianos; Pobre Menina Rica (1964), de Carlos Lyra e Galos de Briga (1976), de João Bosco.

Em 2012, o primeiro show da série neste ano resgatou o álbum Sidney Miller (1967), com a cantora Joyce interpretando as músicas do compositor falecido em 1980. Em junho, o cantor Roberto Silva, que morreu no último domingo (9), aos 92 anos, fez no IMS um dos seus últimos shows, revivendo o repertório de seu LP Descendo o Morro, de 1958. O disco é apontado como o mais importante na carreira de Roberto Silva, o “Príncipe do Samba”.

No mês passado, a série homenageou o álbum Jards Macalé (1972), considerado um marco do tropicalismo. De acordo com Bia Paes Leme, outros discos serão revividos, depois de escolhidos pela equipe encarregada do projeto. “A série não tem prazo para acabar”, diz.

No show, que terá apresentação do jornalista João Máximo, os sambistas Monarco e Nelson Sargento estarão acompanhados dos músicos Paulão Sete Cordas(direção musical, arranjos e violão), Alessandro Cardozo (cavaquinho), Vitor Mota (flauta e sax) e Netinho Albuquerque (pandeiro). Os ingressos custam R$ 30 e R$ 15 (meia). O IMS-RJ fica na Rua Marquês de São Vicente, 476, na Gávea.

Edição: Fábio Massalli

Creative Commons - CC BY 3.0

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