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Tropicalismo resgatou o reinado do baião nas grandes cidades, diz compositor

Criado em 13/12/12 10h52 e atualizado em 18/03/16 15h15
Por Paulo Virgilio Edição:Tereza Barbosa Fonte:Agência Brasil

Rio de Janeiro - A partir de meados da década de 1950, o reinado do baião nas grandes cidades começa a chegar ao fim. “Com a bossa nova e a jovem guarda, nos anos 1960, Luiz Gonzaga ficou meio esquecido pela mídia dos grandes centros”, diz o cantor e compositor Sergival, que, nos dias de hoje, apresenta na Rádio Nacional do Rio de Janeiro o programa Puxe o Fole.

“Mas no Nordeste ele continuava vivo como nunca, fazendo shows, turnês. O movimento tropicalista de Caetano Veloso e Gilberto Gil é que resgatou ele para o público das grandes cidades do país”, acrescenta.

Em abril de 1981, por ocasião do lançamento de A Festa, o 38º LP de sua carreira, Luiz Gonzaga gravou um especial para a Rádio Nacional FM do Rio de Janeiro, hoje extinta. No programa, Gonzaga relembrou suas quatro décadas carregando a pesada sanfona pelo Brasil afora.

“Foi muita luta na cidade grande, mas mesmo assim, não me sinto cansado, e não me furto a ajudar quem está começando, desde que sinta que naquela pessoa tem coisa boa”, disse o músico, entrevistado pelo radialista Darcy Marcelo.

Disco comemorativo dos 40 anos de carreira, A Festa tinha a participação de cantores como Emilinha Borba, lançadora de sucessos do compositor no auge do baião, como Paraíba e Baião de Dois; Dominguinhos, a quem Gonzaga se referiu no especial como seu “filho artístico”; Milton Nascimento, “porque ele decanta com muito amor e zela com muito carinho o folclore de sua terra”, e o filho Gonzaguinha.

“Pelo óbvio”, disse Gonzaga, ao justificar a participação do filho no disco. “Sinto muita alegria, muito prazer em minha vida em ser o pai de Gonzaguinha, e ele me trata com muito respeito e carinho, mesmo sem ter gênios semelhantes. Ele tá na dele e eu tô na minha, mas eu tô entrando no público dele devagarzinho e ele no meu”, disse Gonzaga no especial.

Um ano antes, ele havia iniciado com Gonzaguinha a turnê pelo Brasil que lhe valeu, pela primeira vez, o apelido de Gonzagão. A excursão, registrada no mesmo ano no disco Vida de Viajante, foi o coroamento de uma tensa relação entre pai e filho e das duas trajetórias marcantes.

Hoje, 30 anos depois, o Brasil acompanha essa trajetória no filme Gonzaga – de Pai para Filho, do diretor Breno Silveira. Baseado no livro do mesmo nome, escrito pela jornalista Regina Echeverría, o filme, que teve pré-estreia na abertura do Festival do Rio, em setembro, chegou no mês seguinte às telas de todo o país e já foi visto por mais de 1 milhão de pessoas.

Edição: Tereza Barbosa

Creative Commons - CC BY 3.0

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