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Recife - Instalações do Instituto Alberto de Moura. A ONG, em parceria com a rede municipal de ensino, atende crianças em contexto de pobreza

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Comunidade do Recife cobra área de lazer prometida em troca de obras para Copa

Criado em 06/05/14 07h28 e atualizado em 06/05/14 16h28
Por Isabela Vieira – Enviada Especial Edição:Lílian Beraldo Fonte:Agência Brasil

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A comunidade do Coque que viu a única quadra de esportes do local ser soterrada para a instalação do Viaduto Capitão Temudo aguarda, há três anos, o cumprimento de uma promessa da prefeitura: a construção de uma área de esporte e lazer.

O projeto, que previa duas quadras poliesportivas, pista de skate, jardim, parque, pista de cooper e anfiteatro, era uma das exigências das 45 mil famílias da comunidade – contrapartida para a instalação da Via Mangue, ligação expressa entre o centro e o bairro mais nobre do Recife, Boa Viagem.

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A quadra de cimento foi reconstruída em condições precárias e a comunidade cobra os novos equipamentos.

“Quando eles construíram isso aqui, esse viaduto, a exigência dos moradores foi não mexer na quadra. Porque era o único lazer que tinha, construída com recursos dos moradores”, contou uma das lideranças comunitárias, Mônica Monteiro dos Santos.

A área era toda ocupada por barracos, que foram desapropriados. Para não permitir que o local fosse novamente ocupado, a prefeitura sinalizou com o projeto, explicou o pedreiro e professor da escolinha de futebol, Magellt Ferreira de Lima. Para ele, a prioridade está no investimento em obras viárias para Copa enquanto a comunidade não ganha nada. “Sabemos que essas coisas não são para gente. A Via Mangue, para gente, não significa nada”, afirmou.

Aos 11 anos, Carlos Eduardo da Silva Abreu sai da escola direto para o futebol. “Gosto de morar aqui perto da quadra, se não fosse isso, queria outro canto”, disse. “Meu futuro é só jogar bola”, afirma Líveson Ribeiro de Paiva, também de 11. Junto com Ricardo José da Silva, eles encontram um jeito de transformar os gigantescos pilares do viaduto em um ponto de brincadeiras.

“A gente brinca de pega, de esconder, de garrafão, de tudo”, disse Carlos. Mas sem desistir do sonho: “A quadra dos sonhos tem arquibancada dos dois lados, como era antes, barra maior [do gol], a quadra mais larga, sem buraco e com pintura boa”, enumerou.

Por falta de recursos, os moradores contam que uma série de projetos de esporte, lazer e cultura desenvolvidos por organizações comunitárias está parada. “Caminhando pela comunidade podemos ver a quantidade de crianças e adolescentes que não tem nada para fazer, o que as torna ‘presas fáceis’”, lamenta a conselheira tutelar responsável pela área, Jeanny de Oliveira.

Em nota, a prefeitura do Recife disse que o projeto no Coque “está em fase de elaboração”, mas não informou o orçamento e o prazo para início das obras, que incluem também a instalação de área para exercícios físicos, jogos de mesa e parque infantil.

O projeto que deu origem a esta reportagem foi vencedor da Categoria Rádio do 7º Concurso Tim Lopes de Jornalismo Investigativo, realizado pela Andi, Childhood Brasil e pelo Fundo das Nações Unidos para a Infância (Unicef).

Edição: Lílian Beraldo

Creative Commons - CC BY 3.0

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