one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


CNV visita quartel que abrigou DOI-Codi no Rio de Janeiro. Na foto, Pedro Dallari

Imagem:

Compartilhar:

Ex-presos voltam ao DOI-Codi do Rio para reconhecer instalações de tortura

Criado em 23/09/14 16h35 e atualizado em 23/09/14 17h54
Por Isabela Vieira Edição:Marcos Chagas Fonte:Agência Brasil

CNV visita quartel que abrigou DOI-Codi no Rio de Janeiro
Segundo o presidente da CNV, Pedro Dallari, o objetivo da diligência é detalhar a utilização da instalação militar para a tortura, a morte e o desparecimento de pessoas (Divulgação/CNV)

A Comissão Nacional da Verdade (CNV) esteve hoje (23) com peritos e ex-presos políticos no local que foi considerado o principal centro de tortura da ditadura militar no Rio de Janeiro: o antigo prédio do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), na Tijuca, na zona norte. Nos cálculos da CNV, pelo menos 30 ativistas que presos no local estão desaparecidos e podem ter sido levados para outros centros do regime militar, como a Casa da Morte, em Petrópolis, na região serrana do estado.

Casa Azul: Comissão da Verdade resgata histórias de antigo centro de tortura em Marabá

Segundo o presidente da CNV, Pedro Dallari, o objetivo da diligência é detalhar, no relatório final do órgão que deve ser apresentado até o final de 2014, a utilização da instalação militar para a tortura, a morte e o desparecimento de pessoas. “Nosso objetivo é apurar os fatos. A visita de hoje, com a presença das vítimas indicando com clareza os locais [da violação de direitos humanos] nos permitirá ter um croqui de como era a distribuição desse espaço”, disse. A CNV também fará, hoje, o reconhecimento do Hospital Central do Exército, no bairro de Benfica, onde foi comprovada a morte, sob tortura, do ativista Raul Amaro Nin Ferreira.

Com mais elementos que provam o uso de instalações militares para a tortura, em desvio de finalidade, o presidente da CNV avalia que poderão ser abertos, pelas Forças Armadas, processos administrativos para cassar a aposentadoria dos militares envolvidos nas práticas. “As instalações militares não foram criadas para isso [tortura]”, reforçou Dallari.

Durante a diligência, ex-presos políticos indicaram salas onde ficaram presos. “Está bem modificado, têm construções novas,  mas alguns locais nós reconhecemos bem, como a sala roxa, o local da geladeira (onde a temperatura variava ao extremo), o local onde colocaram jacaré no meu corpo nu, o local do fuzilamento simulado e a enfermaria, onde atendia o médico Amílcar Lobo para nos liberar de volta para a tortura”, contou a ativista Ana Miranda.

Integrante da Comissão Estadual da Verdade (CEV-Rio), o ex-preso político Álvaro Caldas, que já esteve no local outras vezes, disse que visita, com os ativistas entrando pela porta da frente, é um marco. “Hoje estou revistando o local da minha tortura - em pau de arara- de forma mais demorada, longa, com peritos analisando. Cumpri uma missão histórica para o país”, disse. Ele lembrou que testemunhos e documentos compravam que morreram ali o deputado Rubens Paiva e o desaparecido político Mário Alves, fundador do PCBR, durante o regime.

Em junho, as instituições militares declararam à Comissão Nacional da Verdade que não houve desvio de finalidade do uso de suas instalações, durante a ditadura militar.

Editor Marcos Chagas

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário