one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Compartilhar:

Lei antiterrorismo do Brasil é "muito ampla", alerta ONU

Criado em 04/11/15 17h00 e atualizado em 04/11/15 17h11
Por Laura Gelbert Fonte:Rádio ONU

Um grupo de relatores especiais da ONU* alertou nesta quarta-feira que o projeto de lei antiterrorismo atualmente em discussão no Congresso brasileiro "está redigido em termos muito amplos e poderia restringir indevidamente as liberdades fundamentais".

Creative Commons - CC BY 3.0 - ONU alerta: lei antiterrorismo do Brasil é "muito ampla"

Para os especialistas, a preocupação é que a definição do crime estabelecida pelo projeto de lei possa resultar em "ambiguidade e incerteza" na determinação do que o Estado considera como, potencialmente prejudicando o exercício dos direitos humanos e das liberdades fundamentais".

Manifestações Sociais

O projeto de lei 101/2015 busca definir os crimes de terrorismo no Brasil e prevê outras disposições sobre procedimentos investigatórios e processuais. No dia 28 de outubro de 2015, o Senado brasileiro aprovou a proposta por 34 votos a favor e 18 contra. O texto alterado agora retorna à Câmara dos Deputados.

Os relatores lamentaram "que o projeto atual exclua um artigo anterior que estabelecia uma importante garantia que protegia a participação em manifestações políticas e movimentos sociais".

Eles compartilharam suas preocupações com as autoridades brasileiras que apresentaram mais esclarecimentos sobre o projeto de lei.

Liberdades Fundamentais

Para os especialistas, "os Estados têm o dever de proteger a sociedade civil e os direitos que são fundamentais para sua existência e desenvolvimento, como os os direitos à liberdade de associação e reunião pacífica e à liberdade de expressão".

Os relatores alertaram que "definições imprecisas ou demasiado amplas sobre terrorismo trazem o potencial para o uso deliberadamente indevido do termo".

Eles disseram que "legislações que visam a combater o terrorismo devem ser suficientemente precisas para cumprir com o princípio de legalidade".

Os especialistas afirmaram que o objetivo é "evitar que essas leis possam ser usadas contra a sociedade civil, para silenciar os defensores de direitos humanos, blogueiros e jornalistas, e criminalizar atividades pacíficas na defesa dos direitos religiosos, trabalhistas, políticos e das minorias".

Contraproducente

Os relatores destacaram que quando leis voltadas para a promoção da segurança podem afetar liberdades fundamentais, os Estados devem sempre assegurar que os princípios de necessidade, proporcionalidade e não discriminação sejam plenamente respeitados.

Segundo eles, "medidas antiterrorismo que têm um impacto negativo na capacidade das ONGs de serem eficazes e independentes estão fadadas a ser, em última instância, contraproducentes em redução à ameaça imposta pelo terrorismo".

Consultas Públicas

O projeto em questão foi encaminhado ao Senado em 19 de agosto de 2015, após ser aprovado pela Câmara dos Deputados, e foi considerado em regime de urgência.

Os relatores da ONU concluíram que "as consultas públicas no processo legislativo são um elemento indispensável ao desenvolvimento de políticas e à preparação de leis"

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário