one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Habitantes das terras do sudoeste de Angola, África, provenientes dos povos bantos, os hereros são donos de uma tradição ancestral passada oralmente de pai para filho

Imagem:

Compartilhar:

Festival de Cinema: maratona de longas-metragens marca o terceiro dia da mostra competitiva

Criado em 21/09/13 14h01 e atualizado em 21/09/13 16h44
Por Marcelo Brandão Edição:Fábio Massalli Fonte:Agência Brasil

 

Festival de Brasília - Longa Ficção - Avanti Popolo 3
Avanti Popolo: Através do resgate de imagens Super-8 mm captadas pelo seu irmão nos anos 70, André tenta reavivar a memória do seu pai, que há 30 anos espera seu filho desaparecido durante a ditadura militar. (Rodrigo Pastoriza/Divulgação)

Brasília - O terceiro dia da mostra competitiva do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro foi uma verdadeira maratona. Nem todos foram até o final, em uma sexta-feira com três curtas e três longas-metragens no Cine Brasília. O diretor Sérgio Guerra brindou o público com seu documentário Hereros Angola. A câmera de Guerra transitou no meio de tribos de habitantes do sudoeste da Angola, mostrando seus costumes, rotinas e como alguns desses povos correm o risco de ver suas tradições virarem nada além de história.

O primeiro longa da noite mexeu com a plateia em vários momentos, como quando mostrou explicitamente cenas de circuncisão de meninos e abate de animais para consumo no dia a dia ou em celebrações. Para Juliana Barbosa, estudante, a presença de tais cenas no filme só o enriqueceu e expôs tarefas comuns às tribos retratadas. “Eu achei muito legal mostrar as cenas, é bem realista. O filme mostra que eles preservam muito a tradição deles, questionam o risco do contato com a civilização e vivem de verdade em pleno contato com a natureza”. O aposentado Marco Antônio se mostrou surpreso pelo que viu em Hereros Angola. “Foi uma experiência interessante, conhecer um povo da África. Foi uma surpresa muito grande, gostei muito”.

O segundo longa-metragem da noite, Avanti Popolo, do uruguaio Michael Wahrmann, teve uma grande audiência. Com a sala completamente lotada, pessoas sentaram no chão e nas escadarias e viram, além do filme de Wahrmann, o curta de animação Faroeste – Um Autêntico Western, que foi muito bem recebido, e o curta Au Revoir. Avanti Popolo retratou um homem que tenta resgatar lembranças de seu irmão e de seu pai, por meio de filmes de família antigos.

Em alguns momentos, o filme inundou o cinema de risadas, quando um dos protagonistas encontra personagens pitorescos, como um taxista aficionado por hinos nacionais, tendo, segundo o próprio, quase todos os hinos do mundo em seu carro, menos “dos países mais novos”.

Wahrmann, que participou com mais dois filmes no festival, Depois da Chuva e Amor, Plástico e Barulho, ambos na disputando categoria montagem, se mostrou contente por estar em Brasília e concorrendo com vários amigos, em um clima de amizade e parceria. “É incrível estar em Brasília, participar desse festival, talvez o maior que a gente tem no Brasil. É sempre emocionante, estar entre amigos, todos são próximos, com muita gente nova, da minha geração”.

Após problemas na exibição na quarta-feira, Os Pobres Diabos, de Rosemberg Cariry, foi apresentado ao público e ao juri, perto da meia-noite. Uma parte do público, no entanto, não ficou para ver a história de um circo muito simples que chega a uma cidade no sertão tentando sobreviver dia a dia, lutando contra a fome, a miséria, a falta de público e seus próprios conflitos, que em nada lembram a mística que envolve o artista no picadeiro.

“Se você olha um pouco, essa é a situação de 90% dos artistas, inclusive do cinema nacional. Você vê tanto filme bom sendo exibido aqui no festival e você se pergunta quantos vão chegar às telas. Parece um pouco com o retratado no filme”, analisa Cariry. Mesmo com os problemas enfrentados, o cineasta não desanima. “Pessoas que ficaram até o final vieram me abraçar depois, dizendo que valeu a pena ficar até quase duas horas da manhã pra ver um filme. Isso foi o que mais me emocionou”.

Edição: Fábio Massalli

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário