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Às 23h, horário de Brasília, estreia a primeira novela africana na tevê brasileira.

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TV Brasil lança novela produzida em Angola

Criado em 11/11/14 00h42 e atualizado em 18/03/16 15h15
Por Mariana Tokarnia Edição:Aécio Amado Fonte:Agência Brasil

A primeira novela africana a ser exibida no Brasil,  Windeck – Todos os Tons de Angola foi lançada na noite de hoje, em Brasília. A cerimônia teve a presença de autoridades e integrantes da equipe da novela. O folhetim será exibido de segunda a sexta-feira na TV Brasil, no horário das 23h. O primeiro capítulo foi ao ar nesta segunda-feira.

Lançamento da novela Windeck Todos os Tons de Angola, a primeira novela africana a ser exibida no Brasil (Valter Campanato/Agência Brasil)

Lançamento da novela Windeck – Todos os Tons de Angola, a primeira novela africana a ser exibida no Brasil Valter Campanato/Agência Brasil

A novela foi produzida em 2012 pela Semba Comunicação. Em 2013, esteve entre as quatro telenovelas indicadas ao Emmy Internacional, concorrendo com duas brasileiras e uma canadense. O prêmio foi vencido por Lado a Lado, da TV Globo. Ao ser exibida no Brasil, a novela angolana possibilita o intercâmbio cultural entre os dois países e coloca, em uma produção desse gênero, um elenco formado por só por atores negros, o que não ocorre nas produções brasileiras

"Windeck vem para mostrar ao povo brasileiro como é bom a gente negra se ver na televisão. Espero que seja um caminho para se ter mais gente negra na TV brasileira. O Brasil só pode ser forte e rico se preserva e divulga todas as matrizes culturais", disse o presidente da Fundação Cultural Palmares, Hilton Cobra.

O embaixador de Angola no Brasil, Nelson Cosme, e o presidente da EBC, Nelson Breve, no lançamento da novela Windeck (Valter Campanato/Agência Brasil)

O embaixador de Angola no Brasil, Nelson Cosme, e o presidente da EBC, Nelson Breve, no lançamento da novela Windeck /Valter Campanato/Agência Brasil

O diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Nelson Breve, destacou o papel da novela no combate ao racismo. "O preconceito está tão arraigado dentro da gente, que, mesmo sem perceber, até aqueles que têm uma luta contra o preconceito passam por situações de preconceito". Segundo Breve o papel da comunicação pública é "também fazer com que acabem os preconceitos no mundo. Por isso estamos nessa luta pela igualdade irrestrita, pela liberdade e promoção da diversidade. Quanto mais diverso conseguimos ser, mais uno, mais representativo". 

Já o embaixador de Angola no Brasil, Nelson Cosme, disse que a exibição mostrará que a cooperação entre os dois países está também no nível cultural. "Nossos países têm cooperação em vários níveis. Pensam que a cooperação só é expressa por indicadores, quando as trocas comerciais aumentam, quando o fluxo de exportação ou importação sobe. Mas há o capital cultural que a novela vai produzir. Por meio dela o povo brasileiro vai conseguir ter uma nova noção do que é a vivência, as ações sociais angolanas", disse.

A exibição da novela é apoiada pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir), como parte de parceria com a EBC, firmada no âmbito da Década Internacional dos Afrodescendentes, declarada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para ser celebrada entre janeiro de 2015 e dezembro de 2024. 

Presidente da EBC, Nelson Breve; ministra da Seppir, Luiza Bairros; embaixador de Angola, Nelson Cosme, e o presidente da Fundação Palmares, Hilton Cobra, no lançamento da novela Windeck (Valter Campanato/Agência Brasil)

Presidente da EBC, Nelson Breve; ministra da Seppir, Luiza Bairros; embaixador de Angola, Nelson Cosme, e o presidente da Fundação Palmares, Hilton Cobra, no lançamento da novela Windeck /Valter Campanato/Agência Brasil

Na cerimônia, a ministra da Seppir, Luiza Bairros, disse que a coragem na exibição da trama, ressaltada por oradores na cerimônia, está "em mostrar uma novela totalmente protagonizada por artistas negros. Isso leva a que a gente, de uma forma pouco usual, leve em conta uma questão que é central, a discriminação racial". Segundo ela, o telespectador brasileiro poderá "fazer o uso do controle remoto para migrar para produtos que representem a nossa presença, ainda que no nível da idealização [que é a novela], mas que é parte da linguagem da TV e tem que nos dizer respeito também", ressaltou. 

A novela se passa em Luanda, capital de Angola. A história é centrada nos bastidores da revista Divo, onde glamour se mistura com ambição. O folhetim mostra o que algumas pessoas são capazes de fazer para obter riqueza fácil e rápida, e revela os golpes daqueles que não medem esforços para alcançar seus fins. Esse também é o significado da palavra windeck. Perguntado se conheceu algum windeck na trajetória pessoal, o autor e produtor executivo da novela, Coréon Dú, respondeu: "Conheci muitos windeck".

Ele explicou que a trama traz um pouco do que é vivido por jovens angolanos e o cotidiano da comunicação. Ele também manifestou o seu contentamento em ter a produção reconhecida pelo Brasil e por poder trazer para o Brasil um pouco da cultura de Angola. 

Além da exibição da novela, os veículos da EBC promoverão debates em torno dos temas polêmicos tratados no folhetim e seus aspectos culturais. A trilha musical integrará a programação das emissoras de rádio da empresa. A novela será exibida em português angolano com legendas ocultas que poderão ser acionadas pelo controle remoto.

Editor Aécio Amado

Creative Commons - CC BY 3.0

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