one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Escritor e jornalista uruguaio Eduardo Galeano.

Imagem:

Compartilhar:

Morre, aos 74 anos, o escritor Eduardo Galeano

Criado em 13/04/15 10h13 e atualizado em 13/04/15 12h55
Por Portal EBC* Fonte:Portal EBC

Morreu na manhã desta segunda-feira (13/04) o escrior uruguaio Eduardo Galeano. Ele tinha 74 anos e estava internado em um hospital de Montevidéu, capital do Uruguai, desde a semana passada para tratar de complicações de um câncer de pulmão. 

Seu livro mais conhecido, "As Veias Abertas da América Latina", foi lançado em 1971 e faz uma análise política e econômica da América Latina desde o colonialismo até a contemporaneidade. 

Galeano foi o homenageado na última Bienal do livro em Brasília, em 2014. Na ocasião o escritor afirmou que "não leria de novo" sua obra mais conhecida, que ele classificou como a tentativa de um jovem de 18 anos de escrever um livro sobre economia política sem conhecer devidamente o tema.

“Eu não seria capaz de ler o livro de novo. Para mim, essa prosa da esquerda tradicional é pesadíssima. Meu físico [atual] não aguentaria. Eu cairia desmaiado. Eu não tinha a formação necessária. Não estou arrependido de tê-lo escrito, mas foi uma etapa que, para mim, está superada.”

Confira imagens da abertura da Bienal

Confira reportagem da TV Brasil sobre a homenagem recebida pelo escritor na Bienal do Livro de Brasília.

O escritor se manteve sempre atento à atualidade política internacional. Em 2013 em entrevista exclusiva ao comentarista político da TV Brasil, Emir Sader, ele falou sobre as revelações feitas por Edward Snowden sobre o programa de espionagem realizada pelos Estados Unidos que classificou como uma  "ditadura do medo". Assista o vídeo:

 

Em 2012, Galeano participou do pograma Oncotô, da TV Brasil, e conversou com Jorge Mautner sobre a importância do resgate da diversidade, destacando a riqueza existente no Brasil. Relembre: 

Creative Commons - CC BY 3.0 - Expedição Sul e a formação do Brasil - Oncotô

Biografia

Eduardo Germán Hughes Galeano nasceu em Montevideo em 3 de setembro de 1940, filho de Eduardo Hughes Roosen e de Licia Ester Galeano Muñoz, de quem utilizou o sobrenome para assinar como escritor e jornalista.

 

Quando adolescente, começou a publicar caricaturas para El Sol, um periódico socialista, com o pseudônimo “Gius”. Apesar de ter nascido em uma família de classe alta, Galeano trabalhou em uma fábrica de inseticidas e foi pintor de cartazes, entre outros trabalhos.

 

Iniciou sua carreira de jornalista no começo da década de 1960 como editor do semanário Marcha e do diário Época. Foi preso após o golpe de Estado em seu país no dia 27 de junho de 1963 e posteriormente se mudou para a Argentina.

 

Uma década depois dirigiu a revista cultural e política Crisis, fundada por Federico Vogelius (1919-1986).

“Foi um grande ato de fé na palavra humana solidária e criadora (…) Por crer na palavra, nessa palavra, Crisis elegeu o silêncio. Quando a ditadura militar a impediu de dizer o que tinha que dizer, se negou a continuar falando”, afirmou em agosto de 1976 sobre o fim da publicação.

 

Nesse mesmo ano seu nome integrou a lista de condenados pela ditadura militar argentina, presidida por Jorge Rafael Videla e viajou para a Espanha. Ali escreveu a trilogia, “Memoria do Fogo” (Os Nascimentos , 1982; As Caras e as Máscaras, 1984 e O Século do Vento, 1986) , feita com base em suas andanças pela América Latina como integrante da juventude socialista. Nessa obra, revisita a história do continente por meio da história de sua população originária.

 

Galeano foi casado com Silvia Brando, com quem teve uma filha, Verônica Hughes Branco; depois com Graciela Berro Rovira, com quem teve dois filhos: Florencia e Claudio Hughes Berro e por último com Helena Villagra.

 

Em 1985 retornou a Montevidéu junto quando Julio María Sanguinetti assumiu a presidência do país por meio de eleições democráticas.

 

Funda junto com outros escritores como Mario Benedetti e Hugo Alfaro o semanário Brecha e depois sua própria editora, O Chanchito.

 

Galeano integrou a “Comissão Nacional Pró Referendo” entre 1987 e 1989, constituída para revogar a Lei de Caducidade da Pretensão Punitiva do Estado, promulgada em dezembro de 1986 para impedir o julgamente dos crimes cometidos durante a ditadura militar em seu país (1973-1985).

 

Em janeiro de 2006, Galeano se uniu a figuras internacionais como Gabriel García Márquez, Mario Benedetti, Ernesto Sabato, Thiago de Mello e Carlos Monsiváis para apoiar a reivindicação de soberania para Porto Rico e colocaram suas assinaturas na proclamação de independência do país.

 

Em 2007 foi diagnosticado com um câncer de pulmão. Operado rapidamente, um novo diagnóstico apontou que não restara nenhuma sequela da doença.

 

O presidente venezuelano Hugo Chávez entregou em abril de 2009 uma cópia de “As Veias Abertas da América Latina”, proibido por várias ditaduras na América Latina, para o presidente Barack Obama., durante a quinta Cúpula das Américas, realizada em Trinidade e Tobago.

 

Por sua obra, Galeano recebei o Prêmio Casa das Américas em 1975 e 1978; Prêmio do Ministério da Cultura do Uruguai em 1982, 1984 e 1986, American Book Award em 1989, Prêmio Stig Dagerman em 2010 e Premiuo Alba das letras 2013.

 

* Com informações da agência pública de notícias da Argentina, Télam

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário