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Pais e alunos do Colégio de Aplicação da Uerj protestam pelo adiamento das aulas

Criado em 11/03/15 15h34 e atualizado em 11/03/15 15h35
Por Da Agência Brasil Edição:Stênio Ribeiro Fonte:Agência Brasil

Ao som de palavras de ordem como “Sem educação, não há educação”, pais, alunos e professores fizeram protesto na manhã de hoje (11) contra o adiamento do início do ano letivo do Colégio de Aplicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CAp-Uerj) em frente ao câmpus, no Maracanã, zona norte da capital fluminense. As aulas seriam iniciadas no dia 2 deste mês, e agora estão previstas só para o próximo dia 23.

Em comunicado, na última segunda-feira (9), o reitor da Uerj, Ricardo Viralves, criticou a falta de investimento público na educação, sem especificar a carência de professores. Mas a Associação dos Docentes da Uerj assegura que faltam professores em muitas turmas, e culpa a reitoria por não haver preparado, a tempo, a posse dos que já passaram em concursos para lecionar na instituição.

Segundo a professora Maria Fátima de Souza, que leciona há 16 anos na Uerj, existem muitos problemas relacionados à educação no CAp-Uerj. “Há falta de profissionais, pois vários professores se aposentaram. Houve um concurso maior, com a chamada de dez professores em dezembro. No ensino fundamental, quase 50% são contratos temporários, com rotatividade muito grande. São professores muito bons, mas não podem ou não querem ficar caso consigam uma proposta melhor. Lutamos por um quadro efetivo [no CAp-Uerj] e também na universidade”, disse.

O Colégio de Aplicação é conhecido por ser uma escola de excelência, com diversos projetos de inclusão, como o atendimento educacional especializado. “Temos autistas, estamos recebendo um menino que tem paralisia cerebral, e isto é feito através do professor. A gente prima pelo ensino e aprendizagem dos alunos. Aqueles com dificuldade no aprendizado têm apoio na sala de aula, e não temos professores pra isso”, acrescentou Maria Fátima.

Por meio de nota, a Associação dos Docentes da Uerj (Asduerj) informou que a administração central da universidade não planejou adequadamente o início das aulas, postergando a realização de um plano para suprir as carências reais de professor. Ao atribuir o adiamento do semestre letivo exclusivamente “à crise fiscal do estado”, segundo a nota, a reitoria busca se eximir da responsabilidade sobre este processo e ganhar tempo para contratar professores substitutos para as centenas de turmas sem professores, na opinião dela.

Segundo mães e professores, o prédio do colégio não favorece o ensino, devido à infraestrutura. “Mesmo com obras, não dispõe de áreas para as crianças ficarem à vontade, a quadra é pequena. Nosso elevador tem dez anos que não funciona, prejudicando a mobilidade de todos. Uma aluna fez uma cirurgia no tendão [do pé] e tivemos que mudar a sala de aula”, concluiu a professora.

Valéria Arruda, mãe de um aluno de 11 anos, disse que “há déficit de 69 professores, porque alguns se aposentaram e os contratados, ganhando R$ 17 a hora/aula, não ficam muito tempo. Após insistirmos, no ano passado tivemos uma reunião com o reitor da Uerj e nos foi prometido para o início deste ano o bandejão, os elevadores para acessibilidade das crianças e melhora na infraestrutura, e nada disso foi cumprido”, protestou ela.

Procurada pela Agência Brasil para comentar a questão, a assessoria da Uerj informou que não iria se pronunciar.

O atarso do ano letivo também afeta os alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), cujo início foi adiado para a próxima segunda-feira (16), em razão da alegada falta de limpeza no câmpus universitário.

Editor Stênio Ribeiro
Creative Commons - CC BY 3.0

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