Conexões Globais 2.0: Da web para as ruas!

Conexões Globais

Repressão policial, pessoas detidas, agredidas, toque de recolher. Tudo isso para impedir que a população levasse adiante o #Occupywallstreet, movimento que a exemplo da Primavera Árabe, mobilizou a população a partir da Web rumo às ruas com o simples sentimento de protestar. Os detalhes desse movimento que organizou marchas e acampamentos em Nova York em setembro do ano passado, foram dados pela Jornalista brasileira, Vanessa Zettler, durante um dos diálogos do Conexões Globais 2.0, nesta quinta-feira (26).

Segundo a jornalista, que falou por Webconferência direto de Nova York, nenhuma das investidas foi suficiente para desmobilizar a população de insatisfeitos que, ao contrário, só aumentou – tanto nas redes quanto nas ruas. “Em uma das mobilizações chegamos a reunir 30 mil pessoas. Não é pouco”, disse ela.

Os protestos contra a interferência econômica de grandes corporações na sociedade e no governo dos Estados Unidos se espalharam por outros países.  Além do fator de mobilização, a web e as redes sociais trouxeram à tona informações desprezadas pela mídia tradicional, o que obrigava a polícia a agir com cautela. “O fato de estarmos transmitindo ao vivo as ações intimidava a polícia”, ressaltou ela que também se questionava a forma como essas informações chegavam ao Brasil.

Um dos debatedores desse Diálogo, o editor da Revista Fórum Renato Rovai aproveitou o questionamento da jornalista para recordar a relação do país com a web. Ele lembrou como nasceu a Fórum Social Mundial no Brasil, por meio de e-mails e que a estratégia deu certo. “Ninguém acreditava que poderia vir tanta gente’, disse ele. Mesmo assim ele acredita que essa estratégia precisa ser qualificada unindo novas e velhas tecnologias, e aproveitando a democracia da rede, onde segundo Rovai, “ninguém precisa levantar a mão para falar.

Esse desafio também  foi  trazido na fala da integrante da coordenação da Marcha Mundial de Mulheres na África do Sul, a feminista Wilhelmina Trout. Ao descrever o histórico do movimento, ela também comentou o pouco acesso que as mulheres na África tem à internet, principalmente em regiões onde as vezes não se tem sequer luz elétrica.

Já o jornalista italiano Emiliano Bos, que já cobriu diversos conflitos no Oriente Médio, relatou a situação de refugiados e as inúmeras mortes que ocorrem e não chegam aos olhos da sociedade. Muitas vezes apenas pela internet.