Heróis sem medalha

Fora da festa, atletas de esportes não-olímpicos focam em competições de categorias

Faltando menos de um mês para os Jogos Olímpicos do Rio, Tiago Magalhães e a seleção brasileira de beisebol intensificam os treinamentos. Já, Marcelo Suartz, campeão pan-americano de boliche, treina de 6 a 7 vezes por semana. Além do ritmo pesado, há outra coisa em comum entre os dois: eles fazem parte do time de atletas que se destacam em esportes que não estão programa olímpico. Ou seja, estão fora da festa.

As consequências de ser um atleta de destaque em um esporte não-olímpico refletem no próprio cotidiano deles. A diminuição da visibilidade acarreta em dificuldades para obter apoio governamental, patrocínios e até em realizar o sonho de ser reconhecido pelas conquistas no esporte. Como vão assistir às Olimpíadas apenas pela TV, internet ou das arquibancadas, o foco se volta às competições de suas categorias.

Para alguns, como Tiago, Breno Teixeira (promessa do karatê) e Adriano de Souza (campeão mundial de surfe) ainda há esperança de participar de uma Olimpíada. Isso porque o beisebol, karatê e surfe estão cotados (junto com skate e escalada) para integrar as modalidades dos Jogos de Tóquio, em 2020. Para outros atletas como Marcelo, Marlon (jogador da seleção brasileira de futsal) e Vitor Fialho (do futebol americano), o sonho olímpico está um pouco mais distante. Conheça as histórias e perspectivas desses “heróis sem medalha”.

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“Brazilian Storm” disputa Mundial de Surfe sonhando com jogos de 2020

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Durante competição, por Caio Ibelli/Instagram divulgação

Nos últimos anos, o surfe tem sido um dos esportes que mais têm dado orgulho para os brasileiros. Os títulos mundiais conquistados por Gabriel Medina em 2014 e Adriano de Souza (conhecido como Mineirinho) em 2015 fizeram os integrantes da chamada “Brazilian Storm” tornarem-se ídolos no país. O apelido é dado a essa geração de surfistas vencedores. Depois de reconhecimento, os atletas já têm o próximo desejo: disputarem uma medalha nos Jogos Olímpicos.

Como o surfe nunca esteve no calendário olímpico, o sonho não será realizado neste ano. Porém, o esporte está entre os cinco candidatos a entrar no programa olímpico para os Jogos de 2020, em Tóquio (Japão). Até que o resultado saia, em agosto, atletas nutrem esperanças de “ser o Brasil” na competição. “Enxergo como um prêmio muito merecido ao surf como esporte e uma oportunidade incrível de poder representar a bandeira brasileira”, diz Mineirinho.

Caio Ibelli, que disputa o circuito mundial, diz que está “maravilhado” com a oportunidade: “Por ainda ser novo [22 anos], fico até empolgado com a possibilidade de poder fazer mais de uma edição”. Silvana Lima, que disputa a divisão de acesso no feminino, sonha em representar não só o país, como também as mulheres: “As Olimpíadas são o sonho de qualquer esportista e sempre ficamos babando vendo os Jogos na TV. Vou amar poder representar a mulher brasileira”.

Enxergando as Olimpíadas como um sonho não tão distante, os atletas por enquanto focam na realidade: as etapas do circuito mundial. Na época dos jogos, Mineirinho e Ibelli estarão em disputa na França. Já Silvana, terá três eventos para disputar em agosto. Mesmo assim, vão tentar acompanhar os Jogos entre um treino e outro. “Quero ver se o Brasil ganha essa medalha do futebol que todos tanto falam”, diz Ibelli. “Moro no Rio, vou tentar acompanhar com certeza”, completa Silvana.

Mineirinho ainda vai ter um privilégio a mais do que seus companheiros de esporte: ele vai conduzir a tocha olímpica: “Infelizmente teremos etapa [durante os jogos], mas sentirei o gostinho de carregar a tocha olímpica no meio de julho no Guarujá!”. Durante os Jogos do Rio, participar de cerimônias é a atividade mais próxima que os surfistas terão da competição.

Surfe

 

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O surfe está na lista final de esportes que podem ir para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Porém, com concorrentes como beisebol e karatê (esportes fortes no país asiático), o esporte não é o favorito para entrar no programa olímpico.

 

 

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Caso o esporte se torne olímpico, o país está bem cotado para disputar uma medalha. O Brasil tem os últimos dois campeões mundiais (Gabriel Medina e Mineirinho) e revelações que podem crescer muito no esporte como Caio Ibelli. No feminino, Silvana Lima correria por fora por uma medalha. Além do Brasil, EUA e Austrália seriam favoritos a medalhas nas Olimpíadas.

 

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Por ser um esporte que necessita de um “campo” especial para atuação (um mar com boas ondas ou pelo menos um mar), o surf não está entre os esportes mais populares do mundo. De acordo com levantamento do estudo “Biggest Global Sports”, o é a 49ª modalidade mais popular do mundo. Na lista, está à frente de esportes olímpicos como vôlei de praia e BMX. 

“Se o cara é campeão cearense no futebol, chove patrocínio. Se é campeão mundial de karatê, não aparece nada”

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CBK/Divulgação

A entrada de um esporte no programa olímpico não só significa apenas a chance de um atleta representar seu país no maior evento esportivo do mundo. A aceitação também significa melhores condições de treinamento, visibilidade e chances de atletas conseguirem patrocínios. É isso que espera o carateca Breno Teixeira, campeão mundial júnior e uma das grandes promessas do esporte. O karatê está na lista das cinco modalidades que podem entrar nos Jogos de Tóquio, em 2020.

Para ele, a chance de disputar uma Olimpíada ajudaria a melhorar a perspectiva dos clubes de karatê Brasil afora. Ele diz que a Confederação Brasileira de Karatê e o governo até tentam ajudar, mas é insuficiente para muitos atletas. “Como são muitos atletas que disputam competições internacionais não dá para custear todos e muitos não conseguem disputar torneios. Eu tenho que, às vezes, pagar para lutar. Meus pais fazem isso por mim, mas tem uns que não conseguem”, aponta.

Breno reclama que, mesmo tendo sido campeão mundial, tem dificuldades para continuar treinando e praticando o esporte. “Aqui no Brasil, a gente só pensa em futebol. Chega em programa de esportes e só se fala em futebol. Fica difícil arrumar patrocínio sem visibilidade. As empresas poderiam olhar para outros esportes também. Se o cara é campeão cearense no futebol, chove patrocínio. Se o cara é campeão mundial de karatê, não aparece nada”, reclama.

Em meio aos estudos (ele faz engenharia mecânica na Universidade Federal do Ceará) e aos treinos para torneios no segundo semestre, ele diz que vai ficar de olho nas Olimpíadas do Rio. “Dependendo da minha rotina, vou tentar acompanhar o que der nas olimpíadas. Gosto muito dos esportes individuais. Mas como não tenho nem visto muita TV ultimamente, vou ver o que der.”, aponta.

Karatê

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Na lista final para ser escolhido como esporte nos Jogos de Tóquio, o karatê é franco favorito para tornar-se olímpico já que foi criado no Japão. Apenas o beisebol tem mais chances do que a luta para entrar no programa de 2020.

 

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Fundador da modalidade, o Japão é uma das forças do esporte. De acordo com Breno, o país domina nas categorias júnior. Quando a coisa chega aos profissionais, é mais equilibrada. França, Turquia, Itália e Egito são algumas das forças. O Brasil correria por fora na disputa por uma medalha. Hoje, o maior carateca do país é Douglas Brose, medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos de Toronto (2015).

 

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Apesar de popular em filmes e videogames, como o clássico Street Fighter, o karatê está longe de ser um fenômeno de popularidade. O esporte é listado como o 72º mais popular do mundo de acordo com levantamento da Biggest Global Sports. O karatê está atrás de outros “irmãos” como o judô (37º), sumô (42º) e taekwondo (47º).

Beisebol está com “um pé” nos Jogos de Tóquio, mas Brasil terá que suar para garantir vaga

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Tiago Magalhães é um dos craques da seleção, por Tiago Magalhães/Divulgação

A ausência do beisebol nos Jogos Olímpicos do Rio pode significar uma frustração histórica para a seleção brasileira da modalidade e para jogadores como Tiago Magalhães, um dos ícones do esporte no país. Essa seria a maior chance do Brasil de participar de uma edição das Olimpíadas, já que a vaga estaria garantida ao país-sede. Para Tóquio, o Brasil teria que vencer adversários fortes em eliminatórias. Hoje, o país é 14º no ranking mundial.

Ausente do calendário desde os Jogos de Londres, em 2012, o beisebol tem possibilidades gigantescas de, junto com o softball (versão feminina do esporte), ser escolhido para voltar ao programa olímpico em 2020. A decisão sai em agosto.

Aos 35 anos, Tiago se anima com a ideia da volta do esporte aos Jogos Olímpicos, apesar de ter poucas chances de participar das em função da idade. “Estar no calendário olímpico vai proporcionar melhor destinação de verbas ao esporte. Quando o beisebol era esporte olímpico, tinha um número maior de clubes. Tinha maior incentivo, a seleção não pagava viagens. Hoje temos que tirar o dinheiro da viagem do bolso”, conta.

Para disputar o esporte, Tiago teve que sair do Brasil. Ele atuou no Japão e nos EUA por alguns anos. Caso o beisebol e o Brasil consigam vaga para Tóquio, ele disse que gostaria de participar, mesmo que não seja como jogador: “Disputar uma Olimpíada é um sonho de qualquer profissional. Se não der como jogador, quero estar como membro da comissão técnica”, diz.

Enquanto os jogos de Tóquio não chegam, Tiago e a seleção se preparam para tentar uma vaga no World Baseball Classic (Copa do Mundo do esporte). O Brasil tem chance de disputar o torneio, mas vai ter que passar por eliminatórias contra Grã-Bretanha, Israel e Paquistão para ir para o campeonato, espécie de Copa do Mundo. As eliminatórias serão disputadas em setembro.

Antes disso, o atleta deve aproveitar os Jogos do Rio como espectador. “Comprei ingresso do futebol em São Paulo [cidade onde mora] e para o taekwondo no Rio de Janeiro. Vou tentar ir lá, mas acho que vai ser mais difícil. Muitos treinam quatro anos, o ciclo olímpico, para se dedicar a um torneio. E no Brasil, se você não é campeão da modalidade, não é valorizado”, afirma.

Beisebol

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Só uma decisão muito surpreendente do Comitê Olímpico Internacional tira o beisebol dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Além de o esporte ser um dos mais populares do mundo, ele é o mais popular do país-sede em 2020.

 

 

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Descendentes de japoneses são maioria entre os praticantes do esporte, que não conseguiu cair no gosto popular. O resultado foram resultados inexpressivos em campeonatos internacionais. Sem dúvida, o beisebol brasileiro evoluiu, tanto que conseguiu se classificar para a Copa do Mundo em 2013. Mas o país ainda está longe de potências como Japão, EUA, República Dominicana, Taipei, Coreia do Sul, Cuba e Venezuela.

 

 

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Esporte considerado como um dos mais praticados nos Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e Canadá, o beisebol é considerado o 5º mais popular do mundo na lista do Biggest Global Sports e só está atrás do futebol, basquete, tênis e críquete. Popularidade não é problema para não estar no programa olímpico. 

Sem chances para 2020, “Neymar do boliche” conta com rede de contatos para poder treinar

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Marcelo Suartz ganhou medalha de ouro no Pan de Toronto, por Stephanie Martins

Popular como esporte recreativo, o boliche esteve a um passo de chegar ao programa olímpico. O esporte chegou a ficar entre os oito candidatos a entrar nas Olimpíadas de 2020, mas ficou de fora da lista final (com cinco esportes). Agora, o foco é em 2024. Pelo menos é o que diz Marcelo Suartz, campeão Pan-Americano em Toronto (Canadá) e conhecido como “Neymar do boliche”.

Suartz diz que o esporte está tentando “se reciclar” para entrar no programa olímpico. “A Federação Internacional de Boliche já está agindo em duas frentes: tornar o esporte menos demorado e tornar as regras mais simples em relação à pontuação”, aponta.

Enquanto o boliche não vira esporte olímpico ele concilia os treinos (de uma hora, seis a sete vezes por semana) com o trabalho na área de marketing. “Agora, estou trabalhando em um clube de boliche e devo conseguir treinar duas horas por dia”, conta. Além do treino prático, ele conta com uma “rede de contatos” que os ajudam nas competições.

“No Pan de Toronto, conheci a psicóloga da seleção brasileira de boxe. Entramos em um acordo e eu consigo ter sessões com ela. Uma nutricionista amiga também me ajuda com a parte de equilibrar uma alimentação”, afirma.

O atleta também acredita que o esporte deve crescer se conseguir tornar-se olímpico algum dia. “Quando estudei nos EUA, o boliche me ajudou [ele foi considerado o melhor jogador universitário da liga do país]. Quando me formei, poderia me profissionalizar por lá. Mas preferi vir para o Brasil e conciliar trabalho e estudo. Se o esporte se tornar olímpico, podemos ter alguns profissionais como em outros países”, diz. Ele lembra que há jogadores em países como Malásia e Singapura que recebem salários vultosos para jogar.

Para os Jogos Olímpicos do Rio, ele, paulistano recém-chegado à “Cidade Maravilhosa”, vai tentar conseguir alguns ingressos para assistir amigos da “redes de contatos” formada no Pan. “Vou torcer especialmente para o pessoal do hóquei, do boxe, dos saltos ornamentais e polo aquático. Vou tentar arranjar de última hora”, conta.

Boliche

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As chances para os Jogos Olímpicos de Tóquio já não existem para o boliche. Resta agora focar para 2024. Há um movimento para simplificar as regras do esporte e tentar a inclusão. Mas, sem dúvida, o boliche não está entre os mais cotados.

 

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Apontado como atividade “quase” amadora no país, o Brasil está em um pelotão intermediário no esporte. A maior força do país do esporte é Marcelo Suartz, medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos de Toronto. Em uma autoavaliação, ele coloca atletas do Brasil no “Top 30, no mínimo”. Ou seja, correndo por fora por uma medalha em Olimpíadas. Para ele, Coreia do Sul, Austrália e EUA são as principais forças no esporte.

 

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No mundo, quase toda cidade média ou grande tem um clube de boliche para recreação. Isso faz o esporte ser conhecido em todo planeta. Como atividade profissional, ele não é tão popular. De acordo com o ranking do Biggest Global Sports, o esporte é o 78º do mundo.

Com sonho olímpico distante, jogador da seleção de futsal vai torcer por ouro do futebol pela TV

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Marlon jogou na seleção brasileira de futsal, por ACBF/Divulgação

Se para a maioria dos atletas brasileiros, o principal evento esportivo do ano é os Jogos Olímpicos, para Marlon, jogador de futsal, a “disputa do ouro” aconteceu no dia 29 de junho de 2016. E nem foi com a seleção brasileira, camisa que defendeu pela primeira vez neste ano. Na data, a equipe dele, a ACBF (da cidade de Carlos Barbosa, Rio Grande do Sul) perdeu a final do Campeonato Mundial de Clubes para o Sorocaba (equipe brasileira do craque Falcão).

Fixo (jogador de defesa), Marlon é atleta de um esporte que consegue “andar” pelas próprias pernas, mesmo sem ser olímpico. Apesar de ser muito menos popular do que o futebol, equipes como a ACBF e Sorocaba conseguem patrocínios que bancam salários e estrutura. Tanto que a Liga Nacional continuará sendo disputada durante os Jogos Olímpicos. “Pelo o que falaram, vamos continuar treinando de manhã e à tarde. E os jogos da Liga Nacional vão continuar acontecendo”, diz.

Com todo esse cenário, Marlon acredita que o futsal deveria ser um esporte olímpico, mas acha que vai ser difícil isso acontecer enquanto ele ainda estiver jogando: “Acredito que deveria ser pela força que o esporte tem não só no Brasil, como também em outros países. Mas como eu já tenho 28 anos, será difícil estar em uma Olimpíada”, reconhece.

“Conformado” com o fato do esporte estar fora do programa olímpico (o futsal nem chegou a figurar na lista de oito esportes candidatos para os Jogos de Tóquio, Marlon já planeja como vai assistir aos Jogos Olímpicos: pela TV. “Não tenho nenhum amigo que vai disputar os jogos, mas vou ficar de olho nas partidas de futebol porque gosto do esporte”, afirma.

Futsal

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A maior chance do futsal virar esporte olímpico aconteceu na edição deste ano. Popular no Brasil, o esporte chegou a ficar na lista final de candidatos, mas perdeu a vaga para o golfe e o rugby de sete. Para os Jogos de Tóquio, não chegou nem a estar na lista final. Como há o futebol no calendário, muitos acreditam que o futsal (assim como o futebol de areia) seria um esporte similar.

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Houve um tempo em que o Brasil era imbatível no esporte. Com o passar dos anos, outras equipes como Espanha e Rússia (com a ajuda de muitos brasileiros no time) ganharam força e até derrotaram a nossa seleção. Mesmo assim, quando falamos de futsal, o Brasil é referência. Se o esporte virasse olímpicos, seríamos favoritos a uma medalha.

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A reboque do futebol, o esporte é muito popular no Brasil. Porém, ainda não é tão conhecido em outros países. Na lista da Biggest Global Sports, não está nem entre os 100 mais populares do mundo. Porém, está em crescimento desde os anos 1990.  

Em crescimento no Brasil, futebol americano planeja tornar-se olímpico em 12 anos

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 Vitor Fialho/Divulgação

O futebol americano tem sido um dos esportes com maior crescimento nos últimos anos no Brasil. Promovido por empresas, o esporte ganhou a primeira liga nacional unificada neste ano. Mesmo crescendo em diversos países, o plano de tornar-se olímpico ainda está um pouco distante.

De acordo com Vitor Fialho, jogador do Tubarões do Cerrado (time de Brasília) que disputa a Liga Nacional, o plano é que o esporte comece a pensar em candidatar-se a uma vaga nos jogos em 12 anos. “Como eu estou com 33 anos, não tenho a possibilidade ainda de disputar. Mas acho que alguns garotos que jogam comigo podem realizar esse sonho”, diz.

Vitor aponta que o caminho para o esporte chegar ao programa olímpico perpassa pela regionalização e isto está acontecendo aos poucos. “No México, o esporte tem conseguido crescer. No Japão também”, afirma. Outros países europeus, como a França, também vivem o fenômeno.

Sem planos de ser olímpico, o futebol americano no Brasil ainda é quase amador. Vítor, que é funcionário público, faz crossfit em uma academia para manter a forma e encontra-se com o grupo para treinos três vezes por semana. O maior treinamento dele é “virtual”. “Passo muito tempo assistindo vídeos de adversários para entender as táticas. A gente aprende com isso”, isso.

Durante as Olimpíadas, Vitor vai exercitar o lado “técnico” dele e diz que vai acompanhar muitas competições. “Sou amante do esporte. As Olimpíadas são outro universo quando falamos nisso. Gosto muito de basquete e quero ver o futebol. Mas no geral, vou tentar ver tudo que der”, afirma de forma empolgada.

Futebol Americano

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O Superbowl (final do Campeonato Norte-Americano) é um dos eventos mais assistidos do mundo. Porém, entre isso e a possibilidade de o esporte tornar-se olímpico há uma grande distância. Tanto que nem esteve na lista de candidatos na última lista para os Jogos de Tóquio. O plano é que as chances aumentem em cerca de 12 anos.

 

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A seleção brasileira ainda está engatinhando. Porém, em 2015, já conseguiu um grande feito: disputou o campeonato mundial da categoria. Mais do que isso, o time venceu uma partida. De acordo com o desempenho, seria possível conseguir ir para uma Olimpíada. Conquistar medalha, seria outra coisa. Se tirássemos atletas da NFL (atletas profissionais norte-americanos), EUA, Japão, França e México seriam forças no esporte. Se atletas da NFL jogassem partidas internacionais, os EUA seriam imbatíveis.

 

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Por mais que o esporte não seja muito popular na maioria dos países do mundo, o futebol americano tem o SuperBowl como trunfo para ser popular. Na lista do Biggest Global Sports, é o sétimo mais popular do mundo. Há espaço para crescer mais.