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Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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No cabo de força, Kura Bakuiri vencem entre os homens e maoris levam título feminino

Criado em 01/11/15 16h21 e atualizado em 01/11/15 17h03
Por Nathália Mendes, de Palmas (TO) Fonte:Portal EBC

O aviso foi dado depois da vitória em cima dos maori, da Nova Zelândia, em um dos confrontos mais equilibrados do cabo de força masculino nos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI). Um dos atletas tomou o microfone e lembrou: “não é à toa que os Kura Bakuiri são os maiores campeões de força do país”. Liderados pelo técnico Reginaldo, os dez atletas dos Kura Bakuiri foram derrubando um a um: os filipinos e americanos, os mexicanos e, por fim, os Bororo Boe. Os campeões nacionais do cabo de força agora são os índios mais fortes do mundo.

“Fomos tetracampeões de cabo de força nos jogos nacionais, e nos preparamos para vencermos aqui também”, conta Reginaldo. “O segredo do nosso povo está nos remédios do mato. É de onde vem a 
nossa força”. No esporte tradicional mais aclamado pelo público e pelos próprios indígenas, que compareciam em peso para assistir às demonstrações, a final dos homens colocou frente a frente dois povos do Mato Grosso. Para intimidar, os Bororo Boe apareceram com suas pinturas de guerra, com traços preto e branco, enquanto os Kura Bakuiri foram empurrados pelas palavras de incentivo do treinador na língua tradicional.

As finais começaram já na noite de sábado (31), após duas baterias semifinais. No masculino, os Bororo Boe superaram os xerentes e os campeões Bakuiri passaram pelo México. Na disputa pelo terceiro lugar, o povo Xerente derrubou os mexicanos, que precisaram de atendimento médico depois do enorme esforço.

As mulheres do povo Gavião classificaram-se para a final depois de vencer as xavantes. Na outra chave, as maoris passaram pelas atletas da etnia Javaé. No encontro entre brasileiras e neozelandesas, muita luta por cada centímetro da corda. A tensão da decisão feminina, muito mais acirrada que a masculina, fez com que voluntários, imprensa e indígenas deixassem as posições marcadas pela organização para ver a disputa de perto.

O tempo foi aliado das maoris na conquista do título mundial. Se nenhuma das equipes conseguisse puxar a outra, seria considerada vencedora a que trouxesse a bandeira divisória da corda para mais perto de seu campo durante os três minutos de prova. Com direito a contagem regressiva, a delegação da Nova Zelândia explodiu em festa ao levar o título para o outro lado do mundo, com dança típica para celebrar.

“Tentamos nos preparar mentalmente para a final porque passamos por provas muito difíceis. Nós nunca tínhamos disputado o cabo de força. Observamos a técnica dos outros times, de puxar e sentar no chão, e colocamos a força do nosso povo nela. É bem difícil de acreditar que ficamos com o título mundial”, admite Ibera, última atleta da corda.

No saldo final, os indígenas do Brasil tiveram leve vantagem em cima dos estrangeiros: os atletas das etnias nacionais venceram as duas provas da corrida de 100 metros, o arco e flecha, o arremesso de lança, o cabo de força masculino e o futebol masculino. Os visitantes ficaram com a vitória na corrida de fundo (masculino e feminino), na canoagem e no cabo de força e futebol para mulheres. Foram 1.695 indígenas do Brasil e de outros 22 países disputando provas e demonstrando seus esportes típicos.

Creative Commons - CC BY 3.0

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