one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Compartilhar:

Democrático, atletismo paralímpico conta com um quarto dos competidores inscritos nos Jogos

Criado em 08/09/16 09h07 e atualizado em 08/09/16 11h01
Por Nathália Mendes Fonte:Portal EBC

Poucas modalidades paralímpicas conseguem ser tão inclusivas quanto o atletismo – no sentido de reunir atletas de quase todas as partes do mundo. Nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, o número de competidores que passará pelo Estádio Olímpico a partir da manhã desta quinta-feira (8) representa pouco mais de um quarto do total de atletas inscritos. São 1.140 atletas com deficiência física ou visual, vindos de 146 países – apenas 14 das 160 delegações ficaram de fora das provas de um dos mais tradicionais esportes das Paralimpíadas.

O atletismo é disputado desde a primeira edição dos Jogos Paralímpicos, em Roma, no ano de 1960. Naquele ano, 31 atletas, sendo 21 homens e dez mulheres de 11 países, participaram de 25 eventos, que se limitavam a pentatlo, arremesso de peso e lançamento de dardo e de club. Quinze edições depois, no Rio de Janeiro, 695 homens e 445 mulheres protagonizam 358 eventos, entre corridas, saltos, lançamentos e arremessos, em busca de 177 medalhas de ouro. O primeiro pódio será conhecido às 10h, após a final dos 5000m masculino da classe T11 (para cegos). Mais nove ouros serão distribuídos apenas neste primeiro dia de provas.

Esta é a modalidade paralímpica que concentra o maior número de africanos: dos 321 atletas que vieram de países daquele continente, 161 estão classificados para as provas do atletismo. O halterofilismo, que aparece em segundo lugar entre os esportes mais praticados pelos paralímpicos da África, contabiliza 43 inscritos.

O caráter universal do atletismo é reforçado pelos números: estarão reunidos 393 europeus, 269 competidores de nações das Américas, 257 asiáticos e 60 representantes da Oceania.

A faixa etária que predomina entre os atletas classificados é a de 31 a 40 anos – 28% do total tem esta idade. A nova geração representa uma importante fatia do número de participantes: 38% tem menos de 25 anos (13% estão com idades entre 16 e 20 anos e 24%, de 21 a 25 anos). A australiana Colley Tamsin Noelle entra neste percentual: com apenas 13 anos, a corredora dos 200m T36 é a mais jovem atleta da relação. O japonês Oi Toshie compete na classe F53 do arremesso de peso aos 68 anos, sendo o atleta mais velho a competir neste nível.

Atletas com deficiência visual, intelectual, paralisados cerebrais, anões, amputados e cadeirantes entram na disputa. Eles são agrupados de acordo com o grau de deficiência constatado pela classificação funcional. Nas provas de velocidade, os atletas com maior comprometimento da visão podem ter o auxílio de um guia, que é ligado a eles por uma corda presa no pulso. O atleta-guia orienta a direção da corrida e é proibido de passar à frente do velocista. As próteses e as cadeiras de rodas adaptadas para a corrida são os recursos disponíveis aos atletas com deficiência física.

Algumas das estrelas dos Jogos Paralímpicos poderão ser vistas em ação no Engenhão, do primeiro ao último dia de competições. Entre elas estão o saltador alemão Markus Rehm e os velocistas Jonnie Peacock, da Grã-Bretanha, Jarryd Wallace e Tatyana McFadden, dos Estados Unidos, Omara Durand, de Cuba e Jason Smyth, da Irlanda. Terezinha Guilhermina e Alan Fonteles são os nomes que lideram o time brasileiro no atletismo.

Carro-chefe

O desempenho no atletismo é crucial para que o Brasil atinja a meta de terminar em quinto lugar no quadro geral de medalhas. O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons, destaca a importância dos resultados no esporte para o planejamento do país: “Natação e atletismo são os nossos carros-chefe, por oferecerem o maior número de medalhas”, diz. “Vamos ter que trabalhar com uma média entre 11 e 14 ouros, sem contar as pratas e bronzes. No total, vamos ter que brigar por algo entre 35 e 40 medalhas”, projetou o coordenador da modalide, Ciro Winckler, em entrevista ao site Brasil 2016.

Para isso, o Brasil terá a maior delegação de atletismo da história: serão 62 atletas, entre 24 mulheres e 38 homens, superando o recorde de 42 competidores em Pequim 2008. Assim como no atletismo olímpico, não há reserva de vagas para o país-sede: a classificação se dá por meio de índice exigido pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês) para cada uma das 29 provas (15 no masculino e 14 no feminino).

As primeiras medalhas do atletismo do Brasil nas Paralimpíadas vieram em 1984, na edição compartilhada entre Stoke Mandeville, na Grã-Bretanha, e Nova York, nos Estados Unidos. Em oito participações, o país alcançou 109 medalhas, com 32 ouros, 47 pratas e 30 bronzes. É o esporte que conferiu o maior número de medalhas aos brasileiros.

Em Londres, o atletismo contribuiu com sete ouros, oito pratas e três bronzes. “Se a gente resgatar historicamente o desempenho do atletismo brasileiro nos Jogos Paralímpicos, vamos ver que ele foi protagonista. Em Atenas 2004, o Brasil ficou na 14ª colocação geral e em 15º na classificação do atletismo. Em 2008, quando o Brasil ficou em 9º lugar em Pequim, o atletismo ficou em 10º. E em Londres 2012, nosso país terminou em sétimo e o atletismo também foi sétimo”, salienta Winckler.

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário