one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Alimentação variada é colorida

Imagem:

Compartilhar:

Gestantes apresentam baixo consumo de frutas e hortaliças, aponta estudo

Criado em 16/01/14 11h11 e atualizado em 16/01/14 11h25
Por Agência USP de Notícias

Frutas
OMS recomenda o consumo de 400g de frutas e hortaliças por dia

Pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP analisou a relação entre o ambiente alimentar e das práticas alimentares com o consumo de frutas e hortaliças em gestantes.  No total, 282 gestantes atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de Ribeirão Preto (interior de São Paulo) foram avaliadas pela nutricionista Daniela Zuccolotto.  A média de consumo de frutas e hortaliças foi de 207 gramas (g) por dia, abaixo da recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a população em geral, que é de 400 g.

“Em relação ao ambiente alimentar, a pesquisa verificou se a percepção da gestante em relação à distância de sua residência até o mercadinho, supermercado, varejão ou feira livre, lanchonete, padaria loja de conveniência e restaurantes mais próximos de sua casa apresentava relação com maior consumo de frutas e hortaliças”, diz Daniela. “Além disso, questionamos sobre a percepção em relação a qualidade e variedade de frutas e hortaliças no local onde ela adquiria esses alimentos (boa ou ruim), se apresentava relação com maior consumo desses alimentos”. Foi questionado também se a gestante possuía horta em casa para ver se as que possuíam apresentavam maior consumo de frutas e hortaliças. Nenhuma dessas questões apresentou associação com maior consumo de frutas e hortaliças entre as gestantes estudadas.

Leia também:

Qual é o ganho de peso ideal na gravidez?

No que diz respeito às práticas alimentares, foi questionado o número de refeições que a gestante fazia por dia, se ela fazia refeições no trabalho, na casa de amigos ou parentes, restaurantes do tipo self service e lanchonetes, o meio de transporte utilizado para ir fazer compras, se ela tinha o hábito de comprar alimentos em supermercados, mercearias, varejão ou feira livre, lanchonetes, padarias, lojas de conveniência ou vendedores ambulantes. “Elas também foram perguntadas  se costumavam comprar frutas e hortaliças para consumir em casa e com qual freqüência, se frutas e hortaliças fossem mais baratos se ela consumiria mais, se ela considerava que consumia quantidade suficiente desses alimentos e se ela costumava ganhar frutas e hortaliças de vizinhos ou parentes”.

As gestantes que reportaram fazer quatro ou mais refeições ao dia apresentaram maior chance de consumir uma maior quantidade de frutas e hortaliças quando comparadas àquelas que relataram menos refeições ao dia, independente de idade, escolaridade e classe econômica. “As gestantes que consideraram que consumiam frutas e hortaliças suficientes também apresentaram maior chance de consumir uma maior quantidade de frutas e hortaliças quando comparadas àquelas que não consideravam, independente de idade, escolaridade e classe econômica”, aponta a nutricionista.

Abaixo do recomendado

A OMS  recomenda o consumo de 400 g por dia ou mais de frutas e hortaliças para a população em geral. Não há uma recomendação específica para gestantes. “No presente estudo, a estimativa média de consumo de frutas e hortaliças foi de 207 g entre as gestantes avaliadas”, aponta Daniela. “Apenas 10% delas consumiam a quantidade recomendada pela OMS. A mediana de consumo, que foi utilizada como o desfecho de interesse, foi de 158 g”.

Embora a pesquisa tenha avaliado o consumo de frutas, verduras e legumes, de modo geral, pode-se observar um consumo elevado de alimentos fritos, salgadinhos tipo chips, refrigerantes e bolachas entre as gestantes avaliadas.  “O consumo elevado de alimentos gordurosos  é muito preocupante, uma vez que podem levar a um ganho de peso excessivo durante a gestação causando sérias complicações tanto para mãe quanto para o bebê”, ressalta a nutricionista.

De acordo com Daniela, os estudos mostram que a gestação é um período permeado por muitas crenças, prescrições e proibições. “Na maioria das sociedades, as mulheres quando engravidam alteram a sua dieta, pois acreditam que as prescrições e proibições durante esse período visam proteger mãe e filho, e, se caso não forem seguidas, podem apresentar sérias conseqüências para o bebê”, conta.  “Essas modificações na dieta são baseadas em saberes diversos, provenientes da cultura familiar, da cultura de gênero e da cultura biomédica. Assim, os cuidados que a gestante realiza, os quais, na maioria das vezes, são provenientes de orientações biomédicas, direcionam-se para o bem-estar fetal”.

A nutricionista também observa que em todas as sociedades, os aspectos culturais são sempre valorizados. “Geralmente ouve-se, por exemplo, desde o início do período gravídico, que a mulher precisa ‘comer por dois’ ou então que o companheiro precisa atender os desejos alimentares da gestante para que o bebê não apresente marcas ao nascer e até mesmo deformidades corporais”, afirma.  “As crenças alimentares durante a gestação têm como objetivo principal proteger a saúde da mulher e do bebê. Além do que, a mulher passa para um espaço provisório que a encaminha para um novo status social, o de mãe”.

Daniela afirma que uma alimentação adequada durante a gestação é fundamental para que a gestante consiga suprir as suas necessidades de energia e nutrientes, que estão aumentadas, e para que ela tenha um ganho de peso adequado neste período, evitando complicações futuras. “É importante que a gestante esteja consciente disto e que o profissional de saúde saiba orientá-la e motivá-la a ter hábitos alimentares saudáveis nesse período”, conclui.  A pesquisa foi orientada pela professora Daniela Saes Sartorelli, da FMRP.

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário