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Pais precisam descobrir reais causas do medo

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Criança com medo: como lidar?

Criado em 11/11/14 11h32 e atualizado em 11/11/14 11h36
Por Veronica Esteves de Carvalho Fonte:Ninguém Cresce Sozinho

Criança com medo
Pais precisam descobrir reais causas do medo (Capture Queen / CC)

Os medos surgem de situações diversas, sejam elas reais ou não, revelando desconfortos físicos e/ou emocionais. São como alarmes que disparam diante de vivências temerosas e ajudam a criança na defesa e proteção de sua integridade. Somente quando excessivos podem inibir ou paralisar a criança, uma vez que desencadeia ansiedade intensa.

Bebês e crianças são sensíveis a estímulos fortes (ruídos, flashes e movimentos repentinos, perda do apoio físico e outros) e são impactados por eventos que lhe causam estranheza, sensação de desproteção ou ameaça. A maioria dos medos está associada à instabilidade e à falta de segurança sentida pela criança, principalmente em situações desconhecidas, o que é totalmente esperado quando o mundo está sendo por ela investigado e descoberto.

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Diante da percepção de certa fragilidade e vulnerabilidade, crianças manifestam medos: uma das maneiras de comunicar ao adulto que algo não vai bem e solicitar ajuda. A preocupação de que a situação ameaçadora volte a acontecer faz com que a criança se proteja antecipadamente, anunciando e evitando, através do comportamento temeroso, aquilo que lhe apavora.

Em um mundo a ser explorado, o receio do desconhecido e o medo da separação, abandono e/ou ausência das figuras que lhe trazem segurança, confiança e proteção assustam muitas crianças. O temor aparece quando sentem ou preveem o distanciamento dos pais ou cuidadores – medo de se perder do adulto em aglomerações, do escuro e de ficarem sozinhas; receio diante da aproximação de pessoas estranhas, de ir à escola e os pais esquecerem-na, é comum. Aos poucos, conforme a estabilidade retorna, o medo e o desconforto tendem a desaparecer.

A partir dos 3 anos de idade, a imaginação infantil entra em ação. Os medos extravasam o mundo real. Surgem os monstros, bruxas, fantasmas, criados pela própria fantasia e estimulados pelas histórias, desenhos e brinquedos infantis. O medo de ser atacada e aniquilada por estes seres assustadores, e muitas vezes agressivos, avassala o sono de muita criança e pais, tornando o medo do escuro muito maior. Isto acontece porque crianças representam e associam o medo através de figuras e objetos que são “feios”, assustam, devoram e matam. São os bichos-papões que vêm para ameaçar a nossa existência.

Lidar com estes medos que vêm da fantasia deixam muitos pais sem saber o que fazer. No entanto, não existe uma única maneira de proceder diante do medo. Entender os motivos que estão por trás dele é fundamental. É hora dos pais não terem medo de enfrentar o medo! Não fuja ou ignore os medos, nem zombe da criança pelos medos que ela tem.

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Pais precisam oferecer segurança (woodleywonderworks/ Creative Commons)

Adultos devem incentivar a criança a conversar  sobre e com os medos.  Vale propor que a ela desenhe, cante e brinque com eles e tudo que os representa. Existem músicas e livros infantis  que falam do tema e ajudam as crianças a se aproximarem de seus medos e encará-los.

Para aquelas que têm medo do escuro ou dos monstros que ficam em seu quarto, é importante que ela  possa permanecer neste ambiente. Pais podem dormir com a criança até que ela se sinta mais confiante em ficar só com os seus pensamentos e fantasias. Mas, se o medo vem de situações concretas, como o medo de mar ou piscina, propicie momentos em que a criança possa brincar com água, mas, sem forçá-la. Aos poucos, em seu tempo, a criança vai aprendendo a se defender contra as ameaças e angústias e a confiar mais em si diante de situações que a assusta.

O importante é que adultos contenham a criança física e afetivamente, e auxiliem-na sempre que necessitar; um processo contínuo que se constrói através da segurança que lhe oferecemos. Um dia, o medo passa.

*Veronica Esteves de Carvalho é graduada pela PUC-SP (1996) e especializada em Logoterapia (2006). Psicóloga clínica com 15 anos de experiência em psicoterapia para crianças, adolescentes, adultos e orientação à pais. Responsável por projetos vinculados à educação e psicoprofilaxia. Em 2012 foi cativada a escrever sobre questões que apareciam no dia a dia de seu trabalho sobre parentalidade, criando junto com Patrícia L. Paione Grinfeld, o Ninguém cresce sozinho.

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