Compartilhar:
Ultrassom gestacional: fazer ou não fazer?
Criado em 21/11/14 10h58
e atualizado em 21/11/14 12h34
Por Bruna Ramos
Fonte:Portal EBC
A ultrassonografia se tornou um poderoso instrumento de avaliação da evolução fetal no final do século XX. Até aproximadamente 20 anos atrás, o acompanhamento do bebê era feito apenas com toque, palpação e ausculta do batimento cardíaco.
Há mães que acham os exames imprescindíveis e os fariam quantas vezes pudessem, tanto para saber o sexo do bebê, quanto para ter certeza de que ele está se desenvolvendo bem. Há outras, porém, que preferem não saber o sexo e optam por fazer apenas o mínimo ou nem fazer as ultrassonografias.
Geralmente, no Brasil, os obstetras recomendam pelo menos quatro:
- entre a 7ª e a 8ª semana de gestação: determina a data inicial da gestação e verifica se a gravidez é tópica ou ectópica;
- entre a 11ª e a 14ª semana: Exame de Translucência Nucal, que indica Síndrome de Down;
- entre a 18ª e a 24ª semana: exame morfológico de segundo trimestre, que examina todas as estruturas internas e externas do bebê;
- após a 34ª semana: verifica se o bebê está crescendo adequadamente.
Leia também:
Desconfortos na gravidez: por que acontecem e como minimizá-los?
Alimentação adequada na gravidez influencia saúde dos bebês
No entanto, alguns médicos costumam pedir mais. “Há sim um exagero nos exames, às vezes por falta de conversa entre o médico e a gestante, às vezes por solicitações das próprias gestantes”, afirma o ginecologista Alysson Zanatta.
Grávida de seu segundo filho, a publicitária Claudia Ramalho afirma que sempre fez os exames indicados por seus obstetras. “Nunca questionei o esquema de ultrassons. Mas acho que eles são válidos, principalmente, para ver se o feto está se desenvolvendo bem. Saber o sexo também é essencial”, opina Claudia, que espera a gestação avançar um pouco mais para poder descobrir se vai ter um menino ou uma menina.
De outra parte, há quem ache os exames completamente desnecessários. A médica australiana Sarah Buckley, que é referência mundial em gravidez, parto, família e criação, é uma delas. Autora do livro Gentle Birth, Gentle Mothering (Nascimento Suave, Maternidade Gentil), a obstetra diz que quando engravidou pesquisou muito sobre as necessidades e possíveis efeitos do ultrassom gestacional e não se convenceu a realizá-los. “Nada do que eu tenha lido me fez mudar de ideia”, defende Sarah, que teve quatro filhos e nenhum acompanhamento ultrassonográfico.
Buckley admite que os exames feitos através de ondas sonoras podem ser úteis em alguns problemas específicos, mas que dentro de uma gravidez saudável, podem ser inefetivos e até perigosos, uma vez que podem causar ansiedades prejudiciais, principalmente por conta da imprecisão dos exames.
De acordo com Zanatta, resultados errôneos podem levar os médicos a decisões mais erradas ainda, o que representa um risco. "Estudos feitos na Noruega já mostraram que não há benefícios em se realizar exames rotineiros de pré-natal. Mas isso, obviamente, em uma realidade de primeiro mundo, diferente da nossa", compara. A medida adotada pelo país europeu leva em conta a real eficácia dos exames: “São poucas as situações que podemos intervir ainda dentro do útero. Na maior parte das vezes, apenas preparamos a equipe pediátrica para melhor receber um bebê com suspeita de alterações”, explica.
Apesar de ser um método relativamente novo, e ainda com número limitado de pesquisas, Alysson Zanatta garante que as ondas de som não causam repercussões sobre o feto. “Nem mesmo com número excessivo de ultrassonografias que venham a ser realizadas”, esclarece.
Deixe seu comentário