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Companhias low-cost não são menos seguras, dizem especialistas

Criado em 26/03/15 13h06 e atualizado em 26/03/15 18h36
Por Augusto Pinheiro Edição:Portal EBC Fonte:RFI

O acidente com o Airbus A320 da companhia alemã Germanwings, que caiu na região dos Alpes franceses na última terça-feira com 150 pessoas a bordo, colocou em evidência a questão da segurança nos voos de empresas aéreas low-cost, ou seja, de baixo custo. O especialista em segurança aérea francês Xavier Tytelman explica, porém, que essas companhias seguem o mesmo padrão das tradicionais.

"As companhias low-cost economizam muito em outras áreas, não na segurança. Elas têm apenas um tipo de avião, o Airbus A320, então necessitam apenas um simulador de voo, apenas uma formação para o piloto, apenas um tipo de técnico para os aviões. Então há uma grande economia. Além disso, os passageiros pagam a bagagem. Há muitas coisas que parecem anódinas, mas que permitem realizar uma grande economia", afirma.

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Ele explica que as medidas de segurança são impostas por uma regulamentação europeia e são solicitadas pelos fabricantes do avião. "Eles vão pedir um ritmo de manutenção específico. E as companhias aéreas são obrigadas a cumprir esse ritmo. As companhias low-cost têm menos conforto, como poltronas muito estreitas, mas a segurança é exatamente a mesma das companhias tradicionais."

Manutenção no Brasil

O comandante brasileiro Matheus Ghisleni, diretor da Secretaria de Segurança de Voo do Sindicato Nacional dos Aeronautas, reforça os argumentos do especialista francês. "Por serem companhias low-cost, não significa que deixem de fazer as manutenções previstas pelos fabricantes ou que elas reduzam esse custo de forma a minimizar qualquer item de manutenção que seja necessário. As duas maiores companhias brasileiras, a TAM e a Gol, que é a pioneira do low-cost no Brasil, adotam a manutenção faseada.

Em todos os pernoites, quando o avião não está voando de madrugada, ele passa por uma manutenção preventiva e corretiva, diferentemente de antes, quando a aeronave ia para um hangar de manutenção e ficava muito tempo indisponível para voar".

Tempo de vida da aeronave

Uma das informações mais comentadas na imprensa após o acidente foi a idade da aeronave da Germanwings, 24 anos. Porém Xavier Tytelman, que já foi piloto militar, diz que isso definitivamente não afeta a performance do avião. "Um avião é fabricado para voar cerca de 40 anos, em média. É uma média, evidentemente", ressalta. "Em geral avaliamos em 25 anos, não por uma questão de segurança, mas por uma questão de economia. Vamos preferir jogá-lo no lixo para comprar um novo, porque um avião novo consome menos combustível. Então não jogamos o avião fora porque ele é perigoso, mas porque ele custa muito caro", diz.

E continua: "A segunda coisa é que em um avião de 25 anos temos que atualizar todo o sistema, trocar o motor, trocar o motor metereológico. Mesmo que a aeronave tenha 25 anos, é a cabine que envelhece, mas todos os equipamentos de bordo permanecem muito modernos".

Frotas mais modernas

Exatamente por esses motivos, diz o especialista francês, é que são as companhias low-cost que possuem as frotas mais modernas. "O princípio dessas companhias é ter sempre os aviões os mais modernos possíveis para não pagar o preço elevado da manutenção. As empresas RyanAir e Easyjet, por exemplo, vão manter as aeronaves apenas durante cinco anos. Elas vão sempre comprar aviões novos, mais modernos. E os aviões que atingem cinco anos são vendidos para outras companhias aéreas".

Quanto ao tipo da aeronave, um Airbus, Mateus Ghisleni, que é formado em Ciências Aeronáuticas com especialização em investigação de acidentes aéreos, diz que ele é muito confiável. Os preços muitas vezes exorbitantemente baratos das low-cost geram questionamentos de como elas conseguem realizar essa "mágica". Matheus explica a matemática. "As low-cost, principalmente na Europa, têm uma tarifa muito baixa. Porém todos os serviços adicionais são cobrados, como despachar bagagem ou o serviço de bordo. Isso permite o baixo preço das passagens".

As companhias low-cost já representam entre 30% e 40% do mercado de aviação comercial na Europa. Apenas outro acidente fatal com uma low cost aconteceu no continente, em 2005, quando um boeing 737 da companhia cipriota Hélios caiu na Grécia, deixando 121 mortos.

 

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