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Líderes comunitários querem ser consultados sobre obras em favelas no Rio

Criado em 26/05/15 21h50 e atualizado em 26/05/15 21h50
Por Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil Edição:Aécio Amado Fonte:Agência Brasil

Os projetos de melhoramentos em comunidades pobres do Rio nem sempre têm a aprovação unânime dos moradores, que muitas vezes querem outros tipos de obras, do que as propostas pelo Poder Público. O assunto foi discutido na noite de hoje (26), na sede da Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro (Seaerj), no debate Favelas da Cidade do Rio de Janeiro, Visão da Comunidade.

O líder comunitário da Favela da Rocinha, na zona sul da cidade, José Martins de Oliveira defendeu que os investimentos na comunidade sejam direcionados para as obras de saneamento, com expansão das redes de água e esgoto, em vez nos projetos de mobilidade, como o do teleférico ligando as partes altas e baixas da favela, projeto que chegou a ser proposto, mas ainda não saiu do papel.

“Os governantes acham que sabem tudo. Primeiro tem que ouvir as comunidades. Na Rocinha, nós temos uma dificuldade muito grande com saneamento básico. E saneamento é saúde. Quando temos saúde, economizamos muito mais. Esse teleférico ninguém pediu. Fizemos um estudo, com o Clube de Engenharia, e descobrimos que ele custaria R$ 700 milhões, para turista passear”, disse Martins.

A cientista social Mônica Santos Francisco, líder comunitária no Morro do Borel, na zona norte, também elegeu o saneamento básico como prioridade sobre outras intervenções públicas. Segundo ela, o maior problema na região, onde moram cerca de 15 mil pessoas, é a falta de água. “É inadmissível que, em pleno século 21, você tenha uma favela, que é parte constituinte da cidade, tendo problema de abastecimento de água, por meses. E não é só no verão. São vários períodos no ano”.

Para Márcia Vera de Vasconcelos, moradora da Cruzada São Sebastião, no Leblon, e presidente da Federação Estadual das Associações de Moradores, a principal questão é a comunidade ter voz. “Não se ouve a sociedade. Nós é que vivemos lá e percebemos os problemas. No transporte, querem fazer o que a empreiteira e o dono da empresa de ônibus quer, mas não ouvem a sociedade”, ressaltou.

O presidente da Seaerj, Joelson Zuchen, destacou que os projetos para a cidade não são discutidos com a população nem com engenheiros e arquitetos. “As obras são feitas nem sempre para atender os interesses da população, mas para atender a interesses particulares. Estamos aqui, como engenheiros e arquitetos, para ouvir as demandas dos moradores”.

Editor Aécio Amado
Creative Commons - CC BY 3.0

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