Olimpíada abre oportunidades para floricultores do Rio de Janeiro

Criado em 23/09/15 23h07 e atualizado em 15/07/16 18h56
Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil Edição:Jorge Wamburg Fonte:Agência Brasil

A primavera começou oficialmente hoje (23), trazendo para os produtores de flores do Rio de Janeiro boas perspectivas de negócios para atender às demandas para os Jogos Olímpicos de 2016. Esse é um dos principais temas de debate na reunião que o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, terá amanhã (24) com produtores de plantas ornamentais, no Sítio Burle Marx, em Barra de Guaratiba, zona oeste da capital fluminense.

A gerente setorial do Programa Florescer, da secretaria, que estimula a produção de flores e plantas ornamentais no estado, Nazaré Dias, disse que os grandes produtores já estão organizados para poder atender às demandas em termos de paisagismo e jardinagem na decoração dos locais onde os atletas ficarão durante a Olimpíada Rio 2016. Ela acredita que, por se tratar de um país tropical, os buquês de flores deverão utilizar flores também tropicais. O modelo, porém, ainda não foi definido.

“Vai precisar uma grande quantidade de flores e os grandes produtores do Rio de Janeiro vão fornecer à empresa que cuidará de fazer a decoração”. Nazaré não tem dúvida que os pequenos produtores também serão beneficiados, “porque vai precisar de uma quantidade tão grande que os pequenos vão ter que somar o volume com os grandes. É o que costuma ocorrer no estado. Sempre eles (grandes produtores) compram para poder atender à elevada demanda”.

Informou que os grandes produtores da região metropolitana costumam também adquirir produções de pequenos floricultores para poder atender a compradores de outros estados, como São Paulo e Minas Gerais. A venda para outras unidades da Federação é forte também no setor de orquídeas, que ocorre tanto virtualmente como em feiras interestaduais.

Nazaré comemorou a expansão da floricultura no estado do Rio de Janeiro, que ganhou impulso nos últimos anos, mas analisou que “precisamos trabalhar mais, para melhorar mais. Mas está muito bom o número de produtores, a área de produção. Estamos caminhando”. Segundo ela, a primavera aumenta a oferta de flores no estado, que é o segundo maior produtor nacional. No ano passado, o segmento movimentou quase R$ 650 milhões, o que representou 10% do total do faturamento nacional de R$ 5 bilhões do setor, ficando atrás apenas de São Paulo, com 35%.

Atualmente, são 1.074 produtores no estado do Rio de Janeiro, cultivando área superior a 950 hectares. O Programa Florescer oferece cursos de capacitação na área de produção, em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RJ) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-RJ). A oferta de crédito, somada à capacitação e assistência técnica, além de apoio à comercialização e profissionalização do setor, elevaram de 18% para 80%, nos últimos cinco anos, a participação dos produtos da floricultura fluminense na oferta global do mercado estadual, indicou Nazaré.

A produção de flores no Rio de Janeiro está concentrada nas regiões serrana, que responde por 60% do total, e metropolitana. Em flores de corte, por exemplo, a produção é de 17 milhões de maços/dúzias de flores por ano. A região serrana é a líder na produção de flores de corte, com 220 produtores no município de Nova Friburgo, 200 em Bom Jardim e 74 em Petrópolis. Os três municípios respondem por quase 90% da produção regional, mostrando área de plantio em torno de 611 hectares.

Já a campeã no cultivo de plantas ornamentais, flores e folhagens tropicais, é a região metropolitana, segunda região produtora do estado, que concentra 30% dos floricultores fluminenses, com destaque para a capital, e mostra movimento em torno de R$ 100 milhões/ano. A cidade do Rio de Janeiro tem 325 floricultores, seguida de Itaboraí, com 36. Os 10% de floricultores restantes se concentram nas zonas emergentes de produção, que são o noroeste e o sul do estado. (Alana Gandra)

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