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Fachada da boate Kiss depois do incêndio que matou 242 pessoas em Santa Maria

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Boate Kiss: ato público em Santa Maria lembra dois meses da tragédia

Criado em 27/03/13 10h04 e atualizado em 27/03/13 10h19
Por Thais Leitão Edição:Denise Griesinger Fonte:Agência Brasil

Fachada da boate Kiss em Santa Maria
Às 18h, os 241 jovens que morreram por causa do incêndio serão homenageados com sons de buzinas e salva de palmas pelas ruas da cidade (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

Brasília – Dois meses após a tragédia na Boate Kiss, um ato deve mobilizar hoje (27) boa parte da população de Santa Maria (RS). Às 18h, os 241 jovens que morreram por causa do incêndio serão homenageados com sons de buzinas e salva de palmas pelas ruas da cidade. No mesmo horário, os sinos das igrejas soarão.

De acordo com o presidente da Associação de Familiares de Vítimas do Incêndio na Boate Kiss, Adherbal Alves Ferreira, um ato semelhante vai acontecer em Buenos Aires, na Argentina, e reunir mães que viveram um drama parecido há oito anos, ao perderem seus filhos durante um incêndio na boate Republica Cromagnon. Na ocasião, 194 pessoas morreram e centenas ficaram feridas. Em fevereiro, algumas dessas mães estiveram em Santa Maria prestando solidariedade aos parentes dos jovens mortos na Kiss.

“Vivemos a mesma dor da perda de um filho e vamos nos unir neste momento de comoção. Nunca vamos esquecer essa data e nossa intenção, com o buzinaço e as palmas, é prestar homenagem a nossos filhos – heróis mortos na tragédia; a nós, pais – que também somos heróis e enfrentamos essa dor incurável; e aos sobreviventes”, disse, ressaltando que o grupo pretende repetir o ato no dia 27 de todos os meses.

“Queremos que essa triste história nunca seja esquecida para que ninguém mais tenha que sofrer dessa forma”, enfatizou.

Ferreira destacou que a associação estuda a criação de um órgão que reúna representantes da prefeitura de Santa Maria, do Corpo de Bombeiros, engenheiros e empresas de seguro para fiscalizar os estabelecimentos da cidade e verificar o cumprimento das normas de segurança.

“Ainda estamos estudando essa ideia, mas achamos que seria importante ter um órgão nesses moldes para chancelar o funcionamento seguro desses locais. Dessa forma, teríamos legitimidade para cobrar o cumprimento de normas fundamentais e evitar mortes”, explicou.

Ele reafirmou que o grupo de pais ficou satisfeito com o resultado do inquérito da Polícia Civil, concluído na semana passada. Foram indiciadas criminalmente 16 pessoas, entre elas integrantes da banda Gurizada Fandangueira, os donos da boate e autoridades que seriam responsáveis pela fiscalização da casa noturna.

O prefeito Cezar Schirmer e o comandante do 4º Comando Regional de Bombeiros, sediado em Santa Maria, tenente-coronel Moisés Fuchs, foram indiciados por homicídio culposo, por omissão em fiscalizar a boate e impedir que ela funcionasse em situação de risco aos frequentadores.

Cabe agora ao Ministério Público apresentar denúncia à Justiça, que vai decidir se inicia processo contra os apontados como responsáveis pela tragédia, na conclusão do inquérito policial.

De acordo com o documento, o incêndio na Boate Kiss começou após uma fagulha de artefato pirotécnico tocar a espuma de isolamento acústico da casa noturna. O artefato, aceso por um dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, era inadequado para ambientes internos e a espuma também não era de material apropriado para o isolamento da boate.

Segundo os delegados que produziram o inquérito, quando os jovens perceberam o fogo e tentaram fugir, encontraram diversos obstáculos no caminho até a única porta de saída da boate. A maioria morreu asfixiada e envenenada pela fumaça tóxica produzida pela espuma.
 

Edição: Denise Griesinger

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