one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Arma

Imagem:

Compartilhar:

Maioria dos tribunais não atinge meta estabelecida pelo CNJ para julgamento de homicídios

Criado em 13/03/13 17h36 e atualizado em 13/03/13 18h05
Por Alex Rodrigues Edição:Davi Oliveira Fonte:Agência Brasil

Arma
Ações penais deveriam ser analisadas por juízes para interromper prazo de prescrição da denúnica  (Gideon Tsang / Creative Commons)

Brasília – Apenas 12 dos 27 tribunais de Justiça estaduais atingiram ao menos 50% da meta da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp) que estabelecia que os juízes analisassem, até o fim do ano passado, todos os processos por homicídios ajuizados até 31 de dezembro de 2008 para decidir se o caso deveria ou não ser submetido a julgamento popular, superando a chamada fase de pronúncia do processo penal.

A meta foi estabelecida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2010, ano em que a Enasp, pacto firmado pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelo Ministério da Justiça entrou em vigor, quando foram contabilizadas 60.650 ações penais ajuizadas até o fim de 2008.

Segundo o representante do CNJ no comitê gestor da Enasp, o conselheiro Bruno Dantas, a superação da chamada fase de pronúncia nos processos penais, quando o juiz decide que o caso é para julgamento em tribunal de júri, é importantíssima, já que interrompe o prazo de prescrição da denúncia.

Após o compromisso estabelecido pelo CNJ, juízes de tribunais das 27 unidades da Federação proferiram 27.193 mil pronúncias de sentença, admitindo a existência de indício de crime doloso contra a vida e definindo que o caso deve ir a júri popular. Somadas a 8.845 mil ações em fase de suspensão, 52,5% da meta foi cumprida.

O tribunal com o melhor resultado em termos percentuais foi o do Amapá (TJ-AP), que informou ao CNJ que seus juízes se pronunciaram em relação a todas as 150 ações existentes, embora apenas 24 casos tenham superado a fase de pronúncia, enquanto os outros 126 estão em fase de suspensão.

Em seguida vêm os tribunais de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), que apreciou 98,2% dos 561 casos, e do Acre (TJ-AC), onde 41 dos 53 processos por homicídio anteriores a 31 de dezembro de 2008 superaram a fase de pronúncia e nove estavam em fase de suspensão.

Os três tribunais foram os únicos a se pronunciar em relação a mais de 90% dos casos. Já os piores resultados foram obtidos pelos tribunais do Pará (21,5%), Piauí (16%) e de Goiás (15%).

Também coube ao CNJ coordenar a meta da Enasp que estabelecia que todos os mais de 32 mil processos por homicídio doloso (quando há intenção de matar) distribuídos até o fim de 2007, mas ainda não julgados, fossem levados a júri até 31 de dezembro de 2012. O resultado foi um pouco melhor, mas também está distante do cumprimento da meta, já que, considerados os resultados de todos os tribunais, apenas 57% das ações foram julgadas.

Quatorze estados cumpriram mais da metade do objetivo, mas apenas três tribunais conseguiram analisar mais de 90% dos casos: o de Sergipe (100%), o do Distrito Federal e Territórios (98,3%) e o do Amapá (91%).

Presente à apresentação do resultado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse que o simples fato de o CNJ ter feito o acompanhamento da questão e divulgado os resultados da iniciativa já é algo positivo, mas ele cobrou iniciativa dos tribunais estaduais.

“O quadro é preocupante, já que estamos tratando de homicídios e de tentativas de homicídio, da possibilidade ou não de se fazer o júri. Vimos que alguns estados sequer forneceram os números e que, portanto, não há como fazer uma avaliação. O importante é que se prossiga neste trabalho, já que isso é uma questão básica de segurança pública”.

Já o conselheiro Bruno Dantas esclareceu que a orientação do CNJ aos tribunais que não atingiram a meta é de manter o esforço, mesmo tendo o prazo inicial se encerrado.

“Os tribunais que não atingiram os 100% devem fazê-lo, mas agora já cogitamos estabelecer uma nova meta, inclusive considerando os novos casos [ajuizados após dezembro de 2007 ou de 2008, de acordo com as duas metas iniciais]”, explicou.

Segundo o conselheiro, uma nova meta poderá ser o julgamento de uma quantidade de processos superior aos que são ajuizados. “Só assim, vamos conseguir reduzir o estoque [de ações pendentes] e alcançar um resultado satisfatório”, disse Dantas, revelando que o CNJ ainda não comparou a situação identificada em 2010 com a atual, a fim de checar se a orientação decorrente da Enasp impactou os processos recentes.

Edição: Davi Oliveira

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário