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UFRJ quer inibir a ocorrência de trotes considerados “humilhantes”

Criado em 21/04/13 16h22 e atualizado em 22/04/13 15h58
Por Agência Brasil Edição:Tereza Barbosa

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O reitor da UFRJ, Carlos Levi, considerou “repugnante e inaceitável” a prática e informou que serão aplicadas sanções disciplinares aos alunos responsáveis (Foto: Jules Minus/Creative Commons)

Rio de Janeiro – A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) vai reforçar ações para inibir a ocorrência de trotes considerados “humilhantes” na instituição, como o ocorrido no início do mês com calouros do curso de Medicina, no campus da Ilha do Fundão, na zona norte da capital fluminense. O reitor da UFRJ, Carlos Levi, considerou “repugnante e inaceitável” a prática, que é proibida em todo o estado do Rio, e informou que serão aplicadas sanções disciplinares aos alunos responsáveis.

“Esse tipo de postura não pode ser tolerado. Estamos em uma das mais importantes universidades do país, que tem a responsabilidade de se fazer reconhecida pela excelência de seus profissionais", disse. Segundo ele, em pleno século 21, chega a ser "repugnante" tomar conhecimento de práticas que reforçam atitudes preconceituosas, sexistas e "tentativas ridículas" de demonstração de autoridade sobre calouros, por colegas que deveriam, ao contrário, dar exemplos de civilidade e cidadania. "A UFRJ, há mais de dez anos, se orienta por Portaria específica que proíbe o trote e prevê graves sanções disciplinares aos responsáveis por esse tipo de prática”, lembrou o reitor.

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A agência de comunicação TGF Eventos foi contratada por veteranos do curso para a organização do trote. As denúncias dos abusos tiveram início a partir de fotos do evento postadas na página da empresa na rede social Facebook. Nas imagens, os calouros aparecem em situações constrangedoras, carregando placas com legendas depreciativas e entrando em uma piscina contendo um líquido formado por urina, peixes mortos, terra e melancia. As fotos ressaltam também o logotipo de uma marca de cerveja, que é responsável pelo patrocínio das festas da TGF.

A direção da faculdade de Medicina informou que não deu permissão para a realização das atividades no campus. “Houve uma solicitação do Centro Acadêmico do curso para fomento de evento, que não foi atendida pela Prefeitura Universitária. Portanto, o evento foi realizado à revelia da universidade”.

O diretor do curso disse ter identificado nas fotos a presença de estudantes “uniformizados” como integrantes do grupo “Esquadrão de Bombas UFRJ”, que já havia sido banido da universidade. A direção do curso está abrindo sindicância para apurar o incidente, identificar os responsáveis e tomar as devidas providências, de acordo com o Código Disciplinar da UFRJ.

Segundo o reitor da UFRJ, a recepção de calouros é estimulada pela faculdade, se for feita com o intuito de motivar a socialização dos estudantes. “Os trotes solidários estão aí, e devem ser tomados como exemplo. Há inúmeras iniciativas que podem ser adotadas pelos alunos, como doação de sangue, recolhimento de livros e de alimentos para doação. Opções inteligentes não nos faltam”, disse o reitor.

A empresa TGF, que atua há sete anos no mercado carioca e já realizou mais de 900 eventos no segmento, disse que “não tem qualquer responsabilidade [ou] participação nas brincadeiras realizadas entre os alunos nos trotes”. Segundo a empresa, os eventos que promove são de cunho social, e “buscam a aproximação entre os alunos e a prática de boas ações”. Há dois dias, a empresa anunciou pela rede social twitter a publicação de 111 fotos no Facebook, que já foram retiradas do ar. A empresa não quis se manifestar sobre o ocorrido.

A universidade informou que as reclamações sobre trotes na instituição podem ser enviadas para o e-mail ouvidoria@ouvidoria.ufrj.br ou na internet, no endereço www.ouvidoria.ufrj.br.

Edição: Tereza Barbosa

Creative Commons - CC BY 3.0

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