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Ocupação do canteiro de obras da usina Hidrelétrica Belo Monte, no Pará.

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Força Nacional ainda não começou a atuar em Sidrolândia

Criado em 07/06/13 20h17 e atualizado em 07/06/13 20h37
Por Luciano Nascimento Edição:Fábio Massalli Fonte:Enviado especial da Agência Brasil/EBC

Ocupação Belo Monte: força nacional
Ocupação do canteiro de obras da usina Hidrelétrica Belo Monte, no Pará. (Paygomuyatpu Munduruku)

Sidrolândia – Após três dias do anúncio do envio da Força Nacional para atuar no conflito entre indígenas e fazendeiros em Sidrolândia, em Mato Grosso do Sul, as tropas ainda não começaram as ações de patrulhamento e policiamento preventivo. O comandante da operação, major Luiz Alves, disse à Agência Brasil que os policiais iniciariam o trabalho no final da tarde desta sexta-feira (7). No entanto a reportagem esteve na Fazenda Buriti até as 18h (19h de Brasília) e constatou que as tropas ainda não haviam chegado ao local.

A fazenda foi cenário do conflito que resultou na morte do índio terena Oziel Gabriel, no último dia 30, e no atentado à bala que feriu o índio Josiel Gabriel Alves, da mesma etnia, na última terça-feira (5).  A maioria do efetivo estava na cidade de Sidrolândia. Policiais da Força Nacional disseram à Agência Brasil que aguardavam o retorno do comando, reunido em Campo Grande com a Polícia Militar, e que a qualquer momento a tropa poderia iniciar as ações em campo. Eles serão distribuídos em cinco pontos de bloqueio para controlar o acesso às fazendas e aldeias na área de conflito.

Apesar da ausência do comando do efetivo de 110 homens da Força Nacional escalados para intermediar a situação, o clima entre índios e fazendeiros é de aparente tranquilidade. Ontem (6) o comando se reuniu com lideranças indígenas para explicar a natureza da operação. Alves reiterou que a operação é de pacificação e que os homens não farão nenhuma operação de reintegração de posse.

“Eles explicaram o objetivo da reunião para a gente e estamos confiantes de que essa ação vai tranquilizar a situação”, disse à Agência Brasil a liderança indígena Samuel Terena”. Os índios aceitaram a proposta de que os homens entrem nas áreas por eles ocupadas. Já nas fazendas que não estiverem ocupadas, a Força Nacional, a princípio, não entrará.

Hoje pela manhã, produtores rurais e indígenas, quilombolas e trabalhadores rurais sem terra fizeram dois protestos em Campo Grande. Os grupos se concentraram em trechos diferentes da Avenida Afonso Pena, a principal da cidade. O foco dos protestos foram as disputas pela terra. Ambas as manifestações pediam o fim da violência no campo.

Sobre o caso de Josiel Gabriel Alves, ferido enquanto acompanhava um grupo de cerca de 100 índios que tentavam ocupar a Fazenda São Gabriel, propriedade vizinha à Fazenda Buriti, Otoniel Terena, irmão de Gabriel e primo de Alves, disse à Agência Brasil que os índios não chegaram a entrar na fazenda porque foram recebidos à bala. A assessoria de comunicação da Santa Casa de Campo Grande, onde Alves está internado disse que a família proibiu a instituição de repassar informações sobre a evolução do quadro clínico do indígena, mas confirmou que, embora não corra risco de morrer e esteja consciente, ele corre o risco de ficar tetraplégico .  

Nesta tarde, a assessoria da Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que a antropóloga Marta Azevedo não está mais à frente da instituição. Marta deixou o cargo alegando problemas de saúde. Primeira mulher a ocupar o cargo, Marta sai em meio a uma onda de conflitos indígenas que se acirraram nos últimos dias e de mudanças nas regras para demarcação de terras indígenas que enfraqueceram a instituição. A antropóloga estava à frente da Funai desde abril de 2012, quando substituiu Márcio Meira no comando da instituição.  

Edição: Fábio Massalli

 

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