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ONG vai denunciar à OEA major do Bope que comandou ação na Maré

Criado em 27/06/13 16h57 e atualizado em 27/06/13 17h19
Por Agência Brasil Edição:Davi Oliveira Fonte:

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A Polícia Militar entrou na comunidade, no fim da tarde de segunda-feira (24), em busca de homens que aproveitaram uma manifestação nas proximidades para promover arrastão, roubando mercadorias de lojas e assaltando motoristas que passavam pela Avenida Brasil (Rosilene Miliotti / redesdemare.org.br)

Rio de Janeiro - A organização não governamental (ONG) Justiça Global anunciou hoje (27) que vai denunciar à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, entidade da Organização dos Estados Americanos (OEA), o subcomandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio de Janeiro, major João Jacques Busnello, responsável pela operação na favela Nova Holanda, no Complexo da Maré, que resultou na morte de dez pessoas.

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A Polícia Militar entrou na comunidade, no fim da tarde de segunda-feira (24), em busca de homens que aproveitaram uma manifestação nas proximidades para promover arrastão, roubando mercadorias de lojas e assaltando motoristas que passavam pela Avenida Brasil. Entre os mortos estão um policial do Bope e outros dois moradores que não tinham antecedentes criminais.

De acordo com a diretora executiva da ONG, Sandra Carvalho, de 1998 até agora, essa é a quarta vez que o major Busnello participa de uma operação classificada por ela como controversa.

"É preciso haver apurações mais rigorosas quando ocorrem episódios como esse da Maré. Busnello está constantemente envolvido nessas situações onde morrem pessoas inocentes, e as investigações sempre resultam em nada. A polícia opera de maneira completamente desorganizada, e a população infelizmente fica refém desse despreparo e também da omissão dos órgãos responsáveis pelas investigações", disse Sandra.

A Anistia Internacional também criticou a ação da Polícia Militar do Rio de Janeiro durante a operação na favela Nova Holanda. Segundo o assessor de Direitos Humanos da entidade, Maurício Santoro, a polícia agiu totalmente fora dos padrões do Estado de Direito. Ele acredita que os policias tenham sido movidos por um sentimento de revide por causa da morte do companheiro.

"Nós entendemos o lado da corporação. É um pai de família que infelizmente foi morto diante de um processo social extremamente injusto. No entanto, nós não podemos aceitar que a polícia atue dentro de uma lógica de guerra, colocando em risco a vida de outras pessoas que não têm nada a ver com o ocorrido", disse Santoro, acrescentando que o diálogo é o único meio capaz de diminuir a violência policial nas favelas.

"É muito oportuno levantarmos a discussão nesse momento de manifestações. Temos que juntar cada vez mais as pessoas da dita classe média que agora está debatendo essa questão por conta de repressão policial nas manifestações e os cidadãos das favelas, que convivem com essa realidade violenta no seu cotidiano", disse.

Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Segurança do Rio informou que não vai se pronunciar sobre o assunto porque, até o momento, não foi procurada oficialmente pela ONG Justiça Global.

A Corregedoria Interna da PM abriu ontem (26) um inquérito para apurar a conduta dos policiais do Bope. Segundo a PM, o prazo do inquérito é de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30. De acordo com o laudo do Instituto Médico-Legal (IML), todos os corpos tinham marcas de tiro. As armas dos policiais foram apreendidas e serão analisadas pela perícia.

Edição: Davi Oliveira

 

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