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Rio de Janeiro - Integrantes da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro visitam o 1º Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca, na zona norte da cidade

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Comissão da Verdade vai propor que antigo DOI-Codi seja transformado em centro de memória

Criado em 23/09/13 15h53 e atualizado em 23/09/13 16h43
Por Flávia Villela Edição:Carolina Pimentel Fonte:Agência Brasil

A visita da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro ao 1º Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca, na zona norte da cidade, começou com tumulto
No momento da entrada no quartel, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) tentou participar da visita e se desentendeu com o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que tentou evitar a entrada do parlamentar (Tânia Rêgo/ABr)

Rio de Janeiro – Mais de um mês depois e duas visitas adiadas, integrantes das comissões Estadual da Verdade do Rio de Janeiro e parlamentares de comissões de Direitos Humanos fizeram hoje (23) uma visita ao antigo prédio do Destacamento de Operações de Informações-Centro de Defesa Interna (DOI-Codi) na ditadura militar, e atualmente abriga o 1º Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca, zona norte da cidade.  A comissão e os parlamentares presentes na visita vão solicitar ao Ministério da Defesa e ao Exército que o prédio seja transformado em centro de memória. 

Segundo o presidente da comissão Estadual da Verdade, Wadih Damous, todas as dependências foram mostradas à comissão. “Considero o dia de hoje um dia histórico. Pela primeira vez na democracia, uma comitiva de entidades da sociedade civil e parlamentares de comissões da verdade puderam entrar nas dependências desse local tão macabro”.

Confira fotos da visita:

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Damous informou que vai encaminhar um ofício ao ministro da Defesa, Celso Amorim, e ao Comandante do Exército, Enzo Peri, pedindo esclarecimento de episódios que ocorreram no DOI-Codi relacionados a desaparecimento de pessoas e à uma carta bomba enviada para a Ordem dos Advogados do Brasil há 33 anos. Há informações de que os jornalistas Mário Alves e Rubens Paiva foram torturados no local.

Membro da comissão, o jornalista e professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC), Álvaro Caldas, que esteve preso no local duas vezes (1970 e 1973),serviu de guia da comissão e apontou as dependências onde foram executadas torturas.

“Mais de 800 pessoas passaram por aqui. Urbanisticamente, mudou a configuração, mas reconheci o Pelotão de Investigações Criminais, PIC, e a cela da tortura, a chamada cela roxa”, disse.

De acordo com o senador João Capiberibe (PSOL-AP), a visita serviu para aproximar a comissão do Exército. “O fato de nos negarem [Exército] informação histórica mostra que há um tabu e que cabe a nós rompermos esse tabu dentro do Exército. Vamos procurar o comandante para termos uma discussão com o Exército e não apenas com a sociedade brasileira que nós vivemos uma página cruel de repressão e violência”, disse o senador.

A deputada estadual, Luiza Erundina (PSB), que havia sido proibida de entrar na segunda visita, o que acarretou o adiamento da comissão, disse que até hoje não sabe o motivo da recusa de sua entrada no quartel.

No momento da entrada no quartel, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) tentou participar da visita e se desentendeu com o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que tentou evitar a entrada do parlamentar. Randolfe acusou Bolsonaro de ter lhe dado um soco na barriga, mas Bolsonaro negou a agressão. Bolsonaro acabou não participando da visita, mas ficou no quartel até o fim.

Assista ao momento da confusão:

Creative Commons - CC BY 3.0 -

“Vim porque sou parlamentar e tenho o direito de participar se quiser. Vim acompanhar”, alegou o deputado, que não faz parte da comissão. “Tortura é uma arma de guerra. Pratica-se no mundo inteiro. Deve ter havido um tratamento mais enérgico aqui sim e mereciam se houve, porque queriam impor aqui o socialismo”, argumentou Bolsonaro.

O senador Randolfe disse que não vai prestar queixa contra Bolsonaro. “Ele quer protagonismo e não vamos dar esse protagonismo a ele. Ele nos agrediu na entrada covardemente, mas não cumpriu o seu objetivo que era impedir essa visita”, disse.

Edição: Carolina Pimentel

Creative Commons - CC BY 3.0

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